O dia mais triste do futebol
Leandro Quesada
A morte de Enzo Bearzot me faz recordar da maior tristeza que tive com o futebol. Tristeza para nós brasileiros. A derrota para a Itália na conhecida tragédia de Sarriá, na Espanha, no dia 5 de julho de 1982.
Com onze anos, eu ainda não tinha visto o Brasil ser campeão do mundo, fato que se consumaria apenas, em 94, nos EUA.
A escalação da seleção de Telê Santana todos sabiam ao pé da letra. Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder. Bons tempos. Época em que se colecionava figurinhas que vinham naquele chiclete de goma. O romantismo ainda imperava no futebol mas perderia o charme na minha visão a partir daquela derrota. O Futebol-arte era golpeado pela squadra azzurra.
Embalado pelos ¨milhões em ação, pra frente Brasil¨, via na equipe do mestre Telê, a melhor da história. Anos depois, fiz novamente a leitura do duelo histórico entre italianos e brasileiros. Com a frieza do analista de futebol que sou, sem emoções baratas, ufanismos ou coisa do tipo, cheguei a conclusão que a Itália venceu o Brasil com méritos. Uma vitória justa contra o, até então, melhor time do planeta.
Um timaço… O goleiro era Dino Zoff. A defesa contava com Gentile, marcador de Zico, Colovati, Cabrini e Scirea: do meio pra frente Oriali, Tardelli, Antognoni; Conti, Graziani e Paolo Rossi. Rossi foi estupendo nos momentos decisivos. Marcou três gols contra o Brasil, mais dois na Polônia na semi e outro gol na final com a Alemanha. Artilheiro da Copa da Espanha pela campeã do mundo.
Descanse em paz, Enzo.
PS.: Enzo Bearzot foi o técnico da seleção da Itália nas Copas de 78, 82 e 86. Também dirigiu a squadra azzurra na edições da Eurocopa de 80 e 84. Como zagueiro, Bearzot atuou pela Inter, Catania e Torino.