E agora Juvenal?
Leandro Quesada
Até que ponto o regime nada democrático de Juvenal Juvêncio influencia o momento vivido pelo tricolor do Morumbi?
Um torcedor são-paulino me perguntou. Eu respondi que o presidente do SPFC tem muita responsabilidade nesta queda de rendimento da equipe.
São três anos e meio sem títulos. A seca de conquistas não combina com a tradição, história e estrutura que o clube tem.
Tudo começou com a saída de Muricy Ramalho, tri-campeão brasileiro. Em três anos, apenas ele foi o técnico. Depois vieram sete nomes diferentes no mesmo período: Ricardo Gomes, Carpegiani, Sérgio Baresi, Adilson Batista, Milton Cruz, Leão e agora Ney Franco. Insucesso atrás de insucesso.
As sucessivas mudanças de comando tiraram a cara do time, sem tática definida, ao contrário das três temporadas com Muricy, dono de esquema bem traçado dentro e fora de campo.
Além disto, as saídas de Turíbio de Barros, Carlinhos Neves e Marco Aurélio Cunha foram fundamentais para perder o foco da estrutura de trabalho do São Paulo.
Tradução: Juvenal desmontou um time vencedor. Um case de como não fazer, não é?
Juvenal foi vitorioso em uma etapa do clube mas depois perdeu o rumo. Ele centralizou tudo na figura da presidência. Juvenal sufocou a diretoria de futebol, mandou embora o para-raio Marco Aurélio Cunha e se meteu muito na parte que cabe ao técnico. Ele fez contratações que não deram resultado como Rivaldo, Cléber Santana e Fernandão. E chegou a dizer que poderia ser o treinador do time sem problemas.
Na política ele se perpetua no cargo, nos bastidores ganha inimigos dentro da própria situação e contraria a tendência de rodízio de presidentes na maioria dos clubes brasileiros.
Que volte o Juvenal “bom” ou então que abra caminho para uma nova liderança.