Blog do Quesada

Saída do Palmeiras depende de Valdivia

Leandro Quesada

O homem de 14 milhões de euros, em julho de 2010, está prestes a deixar o Palmeiras. À época, o presidente Luis Gonzaga Belluzzo dividiu as opiniões dos palestrinos com a contratação do chileno. ''Ídolo do Palmeiras mas muito caro'', diziam alguns.

Há dois anos, o Al Ain recebeu no negócio 6,5 milhões de euros depositados pelo banco Banif. Valdívia ganharia entre luvas e salários a astronômica quantia de 8 milhões de euros por cinco anos de contrato.

Hoje, a proposta de um time do Catar é de 4 milhões de euros, valor que não paga sequer a dívida com o banco Banif, que ultrapassa a casa do vinte milhões de reais.

O empresário amigo que virou desafeto. O empresário Osório Furlan Junior, dono de 36% dos direitos econômicos de Valdivia (54% são do Palmeiras e 10% do próprio Valdivia), mostrou-se insatisfeito com o comportamento de mago chileno dentro e fora dos campos.

Em entrevista à rádio Bandeirantes, no ano passado, Furlán disse que a contratação do meio-campista ''foi um péssimo negócio, já que eu coloquei o coração à frente da razão para ajudar o Beluzzo e o Palmeiras. Hoje não investiria a quantia para ter Valdivia. Ele perdeu a identidade com o Palmeiras''.

A queda de produção nos gramados e as sucessivas contusões desvalorizam o meio-campista: ''Eu estava rezando para recuperar o meu investimento mas ele está sempre machucado e com as convocações para a seleção do Chile, vai jogar pouco aqui. Os médicos palmeirenses garantiram que ele não tinha contusão. O laudo era favorável para a contratação de Valdivia''.

Para recuperar o investimento feito, Furlán projeta uma venda no valor de ''sete milhões de euros para ninguém perder dinheiro''.

A relação do empresário-investidor com o jogador não existe mais, por causa das críticas que Furlán fez a Valdivia. ''Há quase um ano não tenho contato com o jogador. Questionei a vida particular dele na noite, nos bares, falei com o pai dele e Valdivia não gostou. Depois, Valdivia disse que não era meu amigo. Antes era uma relação em que ele ia até minha empresa, dava autógrafos, ia à churrascaria. Ele sabia que eu era o investidor que o trouxe de volta ao Palmeiras'', reclamou Furlán.

Em julho de 2011, portanto um ano depois da volta do mago, o Palmeiras renegociava com o Banco Banif o pagamento de seis milhões e 500 mil euros, emprestados pela instituição financeira, no momento de fechar o negócio com o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos.

Críticas de Tirone. O presidente Arnaldo Tirone criticou o chileno por se contundir muito. Tirone nunca escondeu que os valores usados para trazer o mago foram astronômicos e o custo-benefício do meio-campista em campo foi muito pífio.

O mandatário confidenciou a amigos que gostaria de receber uma boa proposta para negociar Valdivia, embora admita a dificuldade em encontrar interessados.

A troca entre Dagoberto e Valdivia – discutida por São Paulo e Palmeiras no ano passado – não vingou.

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