Jogo de futebol sem torcida é a antítese
Leandro Quesada
No futebol cada vez mais interessado em captar novos torcedores, a ausência destes no duelo entre Corinthians e Millonarios tirou a essência da disputa.
Os motivos da proibição já foram abordamos neste blog. Não vamos esquecer nunca a morte do garoto boliviano em um estádio. A discussão é, exclusivamente, a ausência de torcedores.
O futebol deve ter dois times e duas torcidas. Simples, não? Eu discuto algumas decisões que definiram a presença apenas da torcida mandante, algo que demonstra a total ineficiência do poder público que se curva ao “marginais” vestidos de torcedores que já mataram tanto por aí.
O “caso Kevin” abre a discussão sobre os direitos e deveres dos torcedores. Responsabilidades todos devem ter. Além da torcida, os clubes, times, jogadores, técnicos, árbitros, jornalistas, gandulas e outros devem responder pelos atos que praticam.
A proibição de torcedores no Pacaembu é apenas o fim da história. E esta história começa pela falta de educação e cultura das pessoas, passa pelos torcedores que não respeitam as regras e pelos organizadores que não cumprem o papel de “organizar” o espetáculo.
Se a vistoria tivesse sido bem efetuada na entrada do estádio em Oruro não teríamos visto a tragédia. Se o torcedor não tivesse levado o sinalizador… Se estivéssemos em um mundo em que um não quer matar o outro…
A ignorância, a falta de cultura, a baixa escolaridade, a pobreza, o desrespeito com o próximo e o “querer levar vantagem” venceram a arte do esporte mais apaixonante e apaixonado do planeta. Os bons pagaram pelos maus.
Que o sinalizador em vez de ser usado para matar, ilumine com a luz dele, as nossas cabeças.