Blog do Quesada

Arquivo : março 2012

Teixeira fora da Fifa é tentativa para encerrar investigações
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Leandro Quesada

Acordo no mundo do futebol imita a política. Quem está sob o olhar atento de investigação deixa o cargo, inventa alguma doença ou cria outro factóide.

Teixeira adota a estratégia de deixar o comitê executivo da Fifa, repetindo as ações que tomara na CBF e comitê organizador da Copa, para tentar sair de cena de vez, ser esquecido e assim fugir das investigações no Brasil e exterior.

O último ato de Teixeira talvez dê resultado para ele e o ostracismo seja a salvação.

Ponto para Dilma Roussef, Aldo Rebelo e Joseph Blatter.


A hora da ‘seleção brasileira do Brasil’
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Leandro Quesada

A redundância, caros, vale na discussão para contestar a possível transferência de Neymar para o futebol do velho continente. Que tal a seleção brasileira ser mais brasileira? Que tal a seleção contar com ídolos que atuam aqui em terras brasilis?

Nas últimas duas décadas vimos a seleção brasileira ficar mais distante do nosso país, se “europeizar”, trocar o Rio por Londres ou São Paulo por Estocolmo, convocar jogadores sem identificação nenhuma com as coisas do Brasil e poucas responsabilidades de alcançar os objetivos.

Vi, como jornalista, que acompanha a seleção desde os anos 90, em alguns momentos, jogadores não sentirem nenhuma emoção com o resultado dos jogos. “Perder ou ganhar, tanto faz”, era o pensamento de alguns deles. Ou seja, nada de sangue, apenas groselha nas veias, na hora de vestir a camisa amarelinha.

Creio que está na hora de trazer de volta a seleção brasileira ao Brasil, deixá-la mais próxima do calor da torcida local e torná-la mais simpática aos nossos olhos. Boa chance de apagar a imagem negativa da Copa da África do Sul, onde Dunga e cia. deixaram a equipe nacional fechada, longe das críticas e elogios e do carinho dos torcedores.

Ao mesmo tempo que o apoio seria maior, a cobrança também. Isso faria muito bem para a preparação do time que disputará a Copa em 2014.

A discussão sobre a saída de Neymar é interessante quando analisamos a relação distante da seleção com a torcida. O time joga apenas na Europa e nos EUA. Neymar é um ídolo brasileiro, querido pelos santistas e outros, que atua aqui, vive e respira o nosso cotidiano. Neymar deveria ficar aqui até a Copa, claro!

Se a questão é deixar a seleção, diretamente, ligada ao país, realizando partidas nas cidades-sedes e sentindo já o clima da Copa, não há o menor sentindo deixar o golden boy sair agora para atuar na Europa.

Ganhar a Copa, na minha ótica, passa pela aproximação da seleção com os torcedores. Se fizermos uma enquete hoje, o interesse pela seleção é muito pequeno. A seleção é antipática, anti-nacional e nada empolgante.

Resta saber se os interesses dos jogos já acertados pela CBF na era Teixeira poderão ser mudados do exterior para cá. Acho difícil que isto aconteça pelos acertos econômicos.

Então, que sejam criados outros eventos no país da próxima Copa para atrair o interesse do público pela seleção pentacampeã.


São Paulo 3 x 2 Santos, o jogaço
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Leandro Quesada

O São Paulo poderia ter definido o placar no primeiro tempo. A chance de encaminhar a vitória foi desperdiçada e em clássicos não se deve cometer este erro. O Santos ainda estava com a alma e as pernas no Peru, onde jogou pela Libertadores na quinta.

Casemiro fez um golaço e logo depois perdeu outro. Jadson também deixou de marcar o dele. Cícero e Lucas idem. O futebol não permite estes desperdicios, principalmente, quando do outro lado está o Santos de Neymar e Ganso.

Na etapa final, mais emoções. E quantas emoções!

O Santos melhorou a performance, voltou ligado, reagiu e empatou em um gol esquisito de Edu Dracena depois do rebote da defesa são-paulina.

Mas a expulsão de Rodrigo Caio por pouco não destruiu o esquema de Leão. A partir deste momento, os valores individuais tocaram o duelo. 

Em um dos lances, Lucas arranca ainda na defesa, tabela com Luis Fabiano que sofre pênalti. O goleador faz 2 x 1. Luis Fabianooooo!

Eis que o talento de Neymar ressurge em meio ao futebol sonolento do peixe. Neymar recebeu a bola, se livrou do goleiro e mandou para a rede. Belo gol!

Para quem achava que tudo estava definido, Lucas engatou outra jogada, tocou para o chute de Cortez e na volta da bola na trave, definiu o placar. Lucas, 3 x 2.

Lucas, Casemiro, Cícero, Denis e Luis Fabiano se destacaram pelo tricolor.

Neymar, mais uma vez criou as melhores chances do Santos. Ganso ficou distante do craque que é.

O técnico Mano Meneses viu o jogo no Morumbi. Ele deve ter admirado o espetáculo.


Teixeira e Walcke são pulverizados por Blatter
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Leandro Quesada

Joseph Blatter, no encontro com a presidente Dilma Roussef, não conseguiu definir de vez o tema sobre a venda de bebidas alcoólicas nos jogos da Copa.

No fundo, a definição pode esperar mais um pouco, reconhece Joseph Blatter.

O importante mesmo foi ser recebido por Dilma, ao lado de Pelé, depois da renúncia de Ricardo Teixeira e o episódio “chute no traseiro” criado pelo secretário geral Jerome Walcke.

Teixeira e Walcke não foram abordados na reunião.

Joseph Blatter está mais forte na Fifa. Jerome se transformou em um poder paralelo na entidade por causa dos acertos políticos. Sem o secretário no comando da Copa no Brasil, Blatter aumenta o valor da posição dele como presidente.

A queda de Ricardo Teixeira também fortalece Blatter. Eles estão rompidos. Teixeira era candidato ao pleito da Fifa mas a saída da CBF encerra qualquer possibilidade.

Blatter conseguiu pulverizar duas lideranças da Copa e da Fifa. E uma Copa bem feita no Brasil será o trunfo para indicar o candidato dele na eleição da Fifa depois do evento.


Em noite fabulosa, L. Fabiano recupera média de gols
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Leandro Quesada

Luis Fabiano desencantou no Morumbi. Boa atuação e quatro gols renderam a ele todas as glórias da goleada sobre o Independente do Pará.

Foi um show! Luis Fabiano e gol combinam. O cara sabe fazer a alegria da torcida. Com ele é bola na rede. 

Desde a volta ao tricolor, o goleador fez 13 gols em 18 jogos. Com estes números ele recupera a média anterior no time com 0,73 gol por jogo.

Luis Fabiano acredita na “sequência para fazer mais gols. Mas ainda tenho algumas coisas para melhorar”.

Sacado do time no segundo tempo, quando já havia se consagrado. Leão tomou a decisão de poupá-lo para o clássico com o Santos. “Espero que ele prospere a partir de agora”, projeta o técnico.


Corinthians rejeitou troca de Adriano por Ronaldinho
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Leandro Quesada

No período da crise Luxemburgo-Ronaldinho no Flamengo e a dúvida sobre o retorno de Adriano em grande estilo ao Corinthians, as duas diretorias de futebol chegaram a pensar em uma troca.

Adriano voltaria à Gávea, onde tem história e é muito querido. O imperador ficaria na Vila Cruzeiro, perto da família e dos amigos do morro.

Ronaldinho Gaúcho, que não emplacou no Flamengo, viria para São Paulo, para jogar no Corinthians.

O Flamengo com dificuldades para pagar os salários de 1,8 milhões de reais, poderia substituir uma estrela por outra. E mais: Adriano é mais barato (cerca de 350 mil reais/mês).

O Corinthians, neste aspecto financeiro, elevaria os custos da folha salarial. Ao mesmo tempo, com Ronaldinho, o marketing corinthiano negociaria mais dinheiro para a camisa do time. Sem comparações, algo parecido com o projeto Ronaldo.

Enquanto o Flamengo considerava interessante a troca, o Corinthians via alguns entraves na negociação. A comissão técnica e cúpula do Timão chegaram ao consenso e vetaram o gaúcho. O alto custo para mantê-lo e o comportamento profissional, tão problemático quanto o do imperador, encerraram o tema.


Corinthians elimina “problema” Adriano
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Leandro Quesada

O imperador foi demitido pela diretoria de futebol nesta segunda-feira. A falta de profissionalismo do atacante foi decisiva para a dispensa. Um problema a menos a partir de agora.

A gota d’água foi o episódio de sexta-feira quando se recusou a pesar o grande corpo. A informação foi contada pelo médico e jornalista da Band, Osmar de Oliveira. A recusa provocou um mal-estar imenso com a comissão técnica e a cúpula de futebol do Corinthians.

No ano passado, o jogador já havia demonstrado o desinteresse pelo trabalho. Ele faltou a 42 sessões de fisioterapia.

Tite bateu o pé e não deu a Adriano privilégios.

Adriano jogou apenas oito partidas e fez dois gols.

Agora o Corinthians negocia o valor de rescisão com o atacante. A ideia é pagar uma parte apenas do valor total de quatro meses de salários (cerca de 1,5 milhões de reais).


O fim da era Havelange
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Leandro Quesada

O reinado Havelange acabou com a renúncia de Ricardo Teixeira. O dia 12 de março de 2012 é histórico para o esporte nacional. Teixeira deixa a CBF e leva com ele, quase sessenta anos de poder de Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange (ex-presidente da CBD e da Fifa).

Na metade dos anos 80, o então poderoso presidente da Fifa, preparou o terreno para que o genro assumisse o comando da CBF. Em 89, Teixeira foi indicado para o comando da Confederação brasileira de futebol.

Desta forma, Havelange garantia mais algumas décadas de domínio do futebol nacional. O velho João, no entanto, não imaginava que o discípulo conquistaria o poder além do esporte.

Teixeira aprendeu tudo com Havelange, inclusive como renunciar em momentos delicados, com o peso nas costas de acusações de corrupção. Havelange deixou o COI (comitê olímpico internacional) em dezembro de 2011, antes de passar pelo vexame da expulsão da entidade. Teixeira também saiu antes da CBF, para evitar a possível intervenção do Governo.

Por longos 23 anos, Teixeira mandou e desmandou no futebol brasileiro. Teixeira ficou maior que o tutor e sogro. Politicamente, criou a base para se manter no cobiçado cargo. Falava com governadores e prefeitos como se tivesse o mesmo status. Com os presidentes da República era assim também. Ele usou a seleção brasileira para alavancar os interesses pessoais. A presença dos pentacampeões em jogos nos Estados era parte do plano de sustentação.

Ricardo Teixeira gerenciou o time de futebol mais popular e famoso do mundo. Fez da seleção um grande negócio, com patrocínios milionários. Ao mesmo tempo abandonou os times brasileiros. Para a seleção tudo, para os clubes, a indiferença.

“Em políticos não se deve acreditar”, diria meu avô. Ricardo Teixeira confiou na bancada da bola que o sustentou e, depois, achou que não precisava mais dela. Se deu mal. Nem os deputados que o apoiavam moveram alguma ação para blindá-lo da queda agora.

Dilma Roussef ao indicar Aldo Rebelo para o ministério do Esporte desafiou Teixeira. Aldo foi um dos mentores da CPI CBF-Nike, que investigou os “podres” do futebol. Dez anos depois, na pele de Ministro, Aldo ganhou força para contestar outra vez a gestão ditatorial da Ricardo Teixeira.

Teixeira deixa a cena mas as investigações sobre corrupção continuam. Claro que devemos respeitar a doença dele, no entanto, temos de cobrar as autoridades que não deixem “prá lá” as acusações contra o ex-todo-poderoso chefão do futebol brasileiro.


Paulistão: sempre os mesmos
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Leandro Quesada

Passadas treze rodadas, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos são os quatro primeiros colocados no campeonato paulista.

Novidade zero!

O abismo entre os grandes clubes e os do interior é evidente. Forças do passado como Botafogo, Comercial e XV de Piracicaba, fazem campanhas pífias.

Guarani, Ponte, Mogi e Bragantino estão entre os oito melhores e hoje garantiriam vaga nas quartas.

A Portuguesa é um caso distinto. Tradicional time paulistano, fracassa no Paulistão, depois da conquista da série B. A Lusa está no meio do caminho da classificação e do rebaixamento.

O poder econômico explica os sucessos dos grandes times que não fazem muitos esforços para alcançar as vagas. A distância técnica provoca esta situação.

Fica uma pergunta: vinte clubes não são um número exagerado na disputa do Paulistão?


Adriano recusa balança e é afastado
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Leandro Quesada

Qual a chance da sexta-feira, véspera de jogo do Corinthians, fechar com uma notícia boa sobre Adriano?

Como se trata de Adriano, é remota a possibilidade de sair algo positivo.

Adriano foi barrado da partida contra o Guarani por ter se recusado a subir na balança. Algo corriqueiro é cada atleta se pesar antes dos treinos. Nesta sexta, ao ouvir o pedido do preparador físico Fábio Mahseredjian, o imperador reagiu: “Eu sou Adriano, não vou pesar!”, contou o médico e comentarista da Band, Osmar de Oliveira.

Mais uma polêmica que em nada contribui para o retorno de Adriano em alto nível. O tempo dele está acabando. Uma pena!