Blog do Quesada

A hora da ‘seleção brasileira do Brasil’

Leandro Quesada

A redundância, caros, vale na discussão para contestar a possível transferência de Neymar para o futebol do velho continente. Que tal a seleção brasileira ser mais brasileira? Que tal a seleção contar com ídolos que atuam aqui em terras brasilis?

Nas últimas duas décadas vimos a seleção brasileira ficar mais distante do nosso país, se ''europeizar'', trocar o Rio por Londres ou São Paulo por Estocolmo, convocar jogadores sem identificação nenhuma com as coisas do Brasil e poucas responsabilidades de alcançar os objetivos.

Vi, como jornalista, que acompanha a seleção desde os anos 90, em alguns momentos, jogadores não sentirem nenhuma emoção com o resultado dos jogos. ''Perder ou ganhar, tanto faz'', era o pensamento de alguns deles. Ou seja, nada de sangue, apenas groselha nas veias, na hora de vestir a camisa amarelinha.

Creio que está na hora de trazer de volta a seleção brasileira ao Brasil, deixá-la mais próxima do calor da torcida local e torná-la mais simpática aos nossos olhos. Boa chance de apagar a imagem negativa da Copa da África do Sul, onde Dunga e cia. deixaram a equipe nacional fechada, longe das críticas e elogios e do carinho dos torcedores.

Ao mesmo tempo que o apoio seria maior, a cobrança também. Isso faria muito bem para a preparação do time que disputará a Copa em 2014.

A discussão sobre a saída de Neymar é interessante quando analisamos a relação distante da seleção com a torcida. O time joga apenas na Europa e nos EUA. Neymar é um ídolo brasileiro, querido pelos santistas e outros, que atua aqui, vive e respira o nosso cotidiano. Neymar deveria ficar aqui até a Copa, claro!

Se a questão é deixar a seleção, diretamente, ligada ao país, realizando partidas nas cidades-sedes e sentindo já o clima da Copa, não há o menor sentindo deixar o golden boy sair agora para atuar na Europa.

Ganhar a Copa, na minha ótica, passa pela aproximação da seleção com os torcedores. Se fizermos uma enquete hoje, o interesse pela seleção é muito pequeno. A seleção é antipática, anti-nacional e nada empolgante.

Resta saber se os interesses dos jogos já acertados pela CBF na era Teixeira poderão ser mudados do exterior para cá. Acho difícil que isto aconteça pelos acertos econômicos.

Então, que sejam criados outros eventos no país da próxima Copa para atrair o interesse do público pela seleção pentacampeã.