Os dez pecados capitais do Palmeiras
Leandro Quesada
Motivos não faltam para entender o rebaixamento do Palmeiras para a Série B. A segunda queda em dez anos teve vários cenários, que não se restringem apenas ao ano de 2012. Sucessivos erros administrativos no futebol do clube nas últimas temporadas foram preponderantes para o fracasso no Brasileirão. Uma hora a bomba iria explodir.
Eis os dez pecados capitais do Palmeiras:
1 – A conquista da Copa do Brasil fez todos acreditarem que o time era forte para a disputa do Brasileirão. Ledo engano. O time não é tão bom para ser campeão, mas também não é tão ruim para ser rebaixado.
2 – Largar o Brasileirão foi um erro estratégico. Quando o time acordou, ainda não era tarde demais. Mesmo assim o poder de reação foi pequeno.
3 – As contratações de nível baixo nos últimos meses explicam parte do fracasso. Elenco fraco. Alguns jogadores não têm condições técnicas de vestir a malha palestrina.
4 – As disputas políticas internas conturbam o ambiente. O estilo se “há governo, sou contra” é um péssimo exemplo a ser seguido por um clube que almeja a administração moderna e eficiente.
5 – As famílias italianas não podem mais ter o direito de se “acharem donas” do clube. O Palmeiras é maior do que todos. Já passou da hora de descentralizar, dar voz aos torcedores das arquibancadas e os milhões espalhados pelo Brasil.
6 – Felipão e Palmeiras não deram “liga”. A segunda passagem do treinador não foi do jeito que ele e o clube queriam. A relação com parte da direção de futebol era péssima. Felipão não tinha respaldo.
7 – A ira da torcida fez perder o Pacaembu. As cadeiras quebradas e atiradas no gramado no clássico com o Corinthians, tiraram quatro mandos de jogos do time na capital paulista. O Palmeiras é o maior campeão do Pacaembu. No lendário estádio, o time seria mais forte.
8 – As mudanças constantes de estádios atrapalharam bastante. O Palmeiras não sabia qual era o melhor local para jogar: Canindé, Barueri, Pacaembu, Fonte Luminosa e Prudentão. A falta da casa Palestra Itália tirou a identidade do Verdão.
9 – As reclamações com a arbitragem foram justas na maioria dos casos mas entrar em campo imaginando que o árbitro vai errar sempre, tirou o foco do que deve ser feito, que é jogar futebol.
10 – O dono da camisa número 10 do time ficou devendo futebol. Valdivia não fez um gol no campeonato. A insistência com alguém que pouco produziu, prejudicou o Verdão. Contar com alguém que não pode ajudar é a pior coisa que pode acontecer.