Blog do Quesada

O penta que eu vi

Leandro Quesada

A Copa de 2002 jamais sairá da minha memória. Jamais!

As conquistas marcam a gente. Mesmo vestindo a pele de jornalista, analista e crítico da situação vivida, não escondo a emoção de ter visto o Brasil campeão do mundo, no outro lado do mundo.

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Yokohama, bem ao lado da capital Tóquio, foi palco da finalissima entre brasileiros e alemães. Uma decisão inédita, com dois gigantes do futebol, donos de duas escolas bem distintas.

Decisão inédita, na Copa mais diferente de todos os tempos. A começar pelas sedes. Japão e Coréia do Sul dividiram a organização do evento e, ao contrário do que se imaginava, tudo funcionou muito bem nas áreas de transportes, estádios, comunicação e hotéis. A Copa pela primeira vez na Ásia foi um sucesso. Japoneses e coreanos se preparam para realizar a grande festa do futebol e cumpriram a missão.

Não me esqueço das viagens de shinkansen, o trem bala, pelas cidades nipônicas, da telefonia celular que não falhava e de dois povos disciplinados e educados.

Dentro de campo, o Brasil fez sete jogos e venceu os sete. O melhor aproveitamento de pontos da seleção na história do torneio.

Na Copa se destacaram Ronaldo, Rivaldo, Marcos e um senhor chamado Felipão. A escolha do alemão Oliver Kahn como o melhor jogador da Copa foi a aberração. Marcos, o nosso São Marcos, foi o melhor goleiro sem dúvida e o destaque da competição ao lado de Ronaldo e Rivaldo.

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Felipão teve méritos ao montar o grupo mais unido da seleção brasileira em um mundial de futebol. Embora surrado, o termo ''família Scolari'' foi a base da campanha vitoriosa. Felipão ganhou a Copa com aquele discurso ''unidos, jamais serão vencidos''. Deu certo. O técnico acreditou em Ronaldo, descobriu a dupla Gilberto Silva e Kléberson, apostou no esquema com três zagueiros e confiou no goleiro Marcos. Ao deixar de fora Romário, algo que agradava o elenco convocado, o treinador ganhou a confiança e o respeito de todos.

Cafu e Roberto Carlos foram monstros na Copa. Rivaldo e Ronaldo, os craques da disputa. Ronaldinho teve grande destaque e era apontado como futuro melhor do mundo. Se o futebol não foi brilhante, vão dizer alguns, na tática e no talento individual, no entanto, o Brasil sustentou a conquista da quinta Copa.

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Ronaldo, dois anos antes, era dado como acabado para o futebol. O fenômeno superou as dúvidas e incertezas, se recuperou, marcou oito gols, dois deles na final, e se consagrou na terra do sol nascente. Ronaldo foi histórico e fenomenal.

Contra a Turquia, dois jogos tensos e nervosos, na estreia, em Ulsan e na semi, em Saitama. O duelo contra a China na ilha de Jeju contou com o apoio em peso da torcida chinesa mas o Brasil goleou. Outra goleada, sobre a Costa Rica, foi o momento mais tranquilo para os brasileiros. Nas oitavas, em Kobe, diante dos belgas, na opinião de Felipão, o jogo mais difícil, decidido por Rivaldo e Ronaldo. Em Shizuoka, o clássico com a Inglaterra foi marcante. De virada, com gols de Rivaldo e Ronaldinho, o Brasil tirou os ingleses do mundial. Na final, por duas vezes Ronaldo estufou as redes alemãs e garantiu a taça para o Brasil.

A conquista manteve a soberania do Brasil nas Copas do mundo de futebol.

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