Blog do Quesada

Arquivo : junho 2013

Hoje não tem ‘Maracanazo’ e nem as ‘Touradas de Madrid’
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Leandro Quesada

Esqueçam 1950.

Barbosa não estará aqui no Maracanã e nem Máspoli, Ghiggia e Schiaffino. Friaça, Zizinho e Ademir Menezes, idem. O capitão Obdulio Varela não comandará a Celeste em campo. O soldado Zagallo não espiará a partida. As duzentas mil pessoas do duelo decisivo também não. Este encontro foi uma das mais sentidas derrotas do futebol brasileiro em todos os tempos. Ficou no passado!

Antes do ‘Maracanazo’, a seleção brasileira goleou a Espanha no quadrangular decisivo também no velho Maraca – ops! novo e recém-construído. A época, a ‘Fúria’ era uma equipe mediana que não botava medo em ninguém. Aquele cenário não tem nenhuma ligação com o atual. O placar de 6 x 1 construído pelo Brasil de Flávio Costa, dificilmente, será repetido. A canção que embalou aquela goleada, ‘Touradas de Madrid’, de Braguinha, cantada por todo o estádio é outro símbolo do passado.

Na Copa de 50, o futebol brasileiro aprendeu com o duro golpe, cresceu, ficou adulto e iniciou o aprendizado para oito anos depois iniciar a maior hegemonia de uma seleção na história. De 58 a 70, o Brasil de Pelé conquistou três Copas do mundo e levou para sempre a Jules Rimet. Ah! Jules Rimet. Este sim o maior presidente da Fifa em todos os tempos.

Hoje, não teremos o ‘Maracanazo’ e as ‘Touradas de Madrid’ que fazem parte das páginas mais importantes do livro da história do futebol nacional.

A finalíssima desta noite tem Felipão, Del Bosque, Neymar, Iniesta e cia. O futebol brasileiro vive uma fase de reconstrução da equipe e da recuperação da auto-estima perdida nos últimos quatro anos com o seguidos fracassos da seleção. Do outro lado, os espanhóis – melhores do mundo na atualidade – apreensivos com o duelo diante do time mais famoso do planeta.

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Brasil recupera status; Espanha segue ‘melhor do mundo’
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Leandro Quesada

Um jogo de futebol nem sempre diz tudo sobre a força de dois gigantes. Exatamente, no duelo deste domingo no Rio, até podemos mas não deveríamos elevar e nem diminuir o que estas duas seleções representam no cenário futebolístico de hoje. A Espanha é a atual campeã mundial e bicampeã européia. O Brasil, o maior campeão de todos os tempos, estagnou nos últimos quatro anos, acumulando fracassos nas principais competições disputadas na África do Sul, Argentina e Inglaterra.

Uma derrota para a Espanha não terá impacto suficiente no aspecto ‘acerto tático’ da equipe, algo que Felipão conseguiu construir em um mês seguido de trabalho. A tal ‘cara de Felipão’ foi dada ao time. Hoje, todos sabem como a seleção brasileira joga. Ponto para Felipão.

Uma vitória do Brasil no Maracanã devolve a autoestima ao selecionado mais famoso do planeta, claro. Neste aspecto seria fundamental ganhar no cenário composto por Rio, Maracanã e setenta mil torcedores.

A Espanha é a melhor seleção da atualidade, não há dúvida, e seguirá sendo assim. Já o Brasil está sendo configurado por Felipão e a participação na Copa das Confederações o recoloca entre os melhores, novamente.

O título coroa a recuperação do futebol da seleção brasileira. Seria bom para o currículo de cada um levantar a taça no velho novo Maraca. Mas se não vier, uma semente para a Copa de 2014 está plantada.

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Brasil x Espanha. Agora eu quero ver!
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Leandro Quesada

O jogo mais esperado entre seleções nos últimos cinco anos, finalmente, será disputado. Na Copa das Confederações de 2009 na África do Sul, os EUA tiraram a Espanha da final contra o Brasil de Dunga. No ano seguinte, na Copa do mundo, na mesma África, foi a vez da Holanda eliminar a seleção brasileira e mais uma vez, o tão esperado duelo entre Brasil e Espanha foi adiado.

Agora não tem conversa. Domingo no Maracanã, a prova de fogo será dada.

No Castelão, os italianos tentaram e quase desbancaram os espanhóis da finalíssima. O principal quesito do futebol espanhol, a posse de bola, por pouco não foi igualado pelos italianos: 46% contra 54%.

A Itália segurou a Espanha com forte marcação. Assim, o time de Del Bosque falhou mais na troca de passes. Iniesta, bem marcado, errou mais do que, normalmente, erra.

Esta é uma lição importante para a seleção de Felipão. Ao atrapalhar as ações do craque Iniesta, os italianos impediram a criação de jogadas mais perigosas. O Brasil pode fazer o mesmo e com um ponto positivo: o ataque brasileiro é muito mais atuante e perigoso que o da squadra azzurra.

Depois do empate sem gols no tempo normal, os europeus foram para a prorrogação. Dois times cansados pelo fim da temporada européia e o calor de Fortaleza não conseguiram chegar ao gol. Nos pênaltis, além do desgaste físico, teve o mental. A Espanha se superou, não perdeu uma cobrança e ficou com a vaga.

Brasil x Espanha decidem a Copa das Confederações, domingo, dia 30, 19 horas, no novo Maracanã.

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Felipão preserva zagueiros e destaca menos faltas que Uruguai
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Leandro Quesada

Foi dramático como sempre, nervoso como nunca, suado, acirrado e disputado. Assim foi no Mineirão, no duelo Brasil 2 x 1 Uruguai.

Antes mesmo de responder a primeira pergunta, feita por mim na coletiva, Felipão abriu um papel com as estatísticas do jogo. Mais tarde, ele lembrou que a seleção fez menos faltas que os uruguaios. “Olha! Posse de bola: 65% para o Brasil, 35% para o Uruguai. Fizemos 14 faltas, catorze! Viu! Uruguai fez 24, vinte e quatro. Ah! Eu não estou ignorante, tá!”, respondeu, com um leve sorriso no rosto, o técnico do Brasil.

Dois momentos que poderiam ter sido cruciais para a classificação foram minimizados pelo treinador. O pênalti de David Luiz em Lugano e o “passe” dado por Thiago Silva para Cavani marcar não foram tratados por ele. Uma forma de preservar os zagueiros brasileiros. “Não jogamos bem, todos viram e sabem. Os jogadores também sabem. Nós precisamos melhorar alguns aspectos. A David e Thiago sentiram dores nas pernas”, finalizou.

David Luiz explicou que fez “o pênalti pois o Lugano poderia fazer o gol”.

Já Thiago Silva admitiu o erro: “Eu senti uma pancada na perna e não conseguiria chutar pra longe. Foi um erro passar a bola”.

Sem levar em conta estes dois lances, David Luiz e Thiago Silva fazem uma boa Copa das Confederações, na minha visão.

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Júlio César descarta favoritismo de Brasil e Espanha nas semifinais
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Leandro Quesada

As seleções brasileira e espanhola fizeram campanhas com aproveitamento total de pontos até aqui. Elas venceram as três partidas na fase de grupos da Copa das Confederações. Inclusive, bateram a Itália, no caso do time de Felipão, e Uruguai, no caso da equipe de Del Bosque.

Júlio Cesár, goleiro da seleção brasileira, não vê favoritismo para brasileiros e espanhóis nos jogos das semifinais, Brasil x Uruguai e Espanha x Itália.

“Não vejo favoritismo. É um clássico sulamericano. Eu lembro da Copa América de 2004 e a de 2007, quando ganhamos nos pênaltis. Sempre é uma partida equilibrada e difícil, decidida nos detalhes. Apesar de jogarmos em casa, não somos favoritos. O Uruguai conhece bem o Brasil”, comentou.

“A Espanha, com todo respeito, vem jogando um futebol lindo e encantando o mundo inteiro, mas no futebol é onze contra onze e vai encontrar a seleção italiana, que também deve ser respeitada. A Itália tem história, quatro títulos mundiais. A Espanha está muito bem entrosada mas tem este desafio pela frente que é a Itália”, completou.

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Uruguai bate Brasil na final da Copa de 5020130624-223925.jpg
Espanha trucida Itália na final da Euro 2012


Brasile e Italia, il grande gioco di calcio
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Leandro Quesada

É sempre assim quando os maiores campeões mundiais se encontram em jogos importantes. A nova arena Fonte Nova viu a suada vitória brasileira por 4 x 2 sobre os italianos.

Foi um grande jogo, intenso, disputado, com 45 faltas e vibrante com seis gols.

Logo no início o time de Felipão mostrou que não seria fácil para a squadra azzura. No ataque, bem ofensivo, os brasileiros insistiram em chegar ao gol que veio apenas no final da primeira etapa com Dante. A seleção teve 67% de posse de bola nesta etapa.

No segundo tempo, a posse diminuiu e a Itália tentou ganhar os espaços. Nas estatísticas finais, a diferença foi de dez por cento a mais que os italianos no quesito bola nos pés. Embora a Itália tenha buscado o empate a todo instante, em nenhum momento do duelo, o Brasil deu mostras de que deixaria a vitória escapar. “Era natural que a Itália buscasse o controle da bola por mais tempo. Isso deixou o jogo mais equilibrado”, considerou Hernanes, único jogador desta seleção que atua no futebol italiano.

Neymar fez um golaço de falta sem chance de defesa para Buffon. Depois Fred, finalmente, desencantou ao marcar duas vezes. “Eu já estava me sentindo incomodado com o fato de ficar sem marcar gols. Agradeço os meus companheiros em campo e a fisioterapia que tem me deixado pronto para os jogos”, comemorou Fred.

A seleção brasileira fez forte marcação e até exagerou em alguns lances. Neymar fugiu um pouco das características para ajudar o sistema de marcação ainda no campo de defesa da Itália. O esforço deu a ele o cartão amarelo. Foram 27 faltas feitas pelos brasileiros contra 18 dos rivais. “Os atacantes estão aprendendo a fazer a marcação”, observou o zagueiro David Luiz.

Veja as estatísticas da Fifa:

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Viva a COPA das MANIFESTAÇÕES!
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Leandro Quesada

A Fifa deveria se curvar ao momento histórico vivido nas ruas das mais importantes cidades do Brasil e mudar o nome da Copa das Confederações para COPA das MANIFESTAÇÕES. Mas as pessoas não deveriam culpar o futebol pelos problemas sociais do país. A seleção brasileira não tem culpa e a Copa das Confederações também não pelos problemas sociais do Brasil. Não devemos ter raiva de Felipão, Parreira, Neymar e cia. Eles são brasileiros como todos nós. As seleções da Espanha, Itália, Uruguai, Taiti, México, Japão e Nigéria não merecem ser tratadas com raiva. Não nos esqueçamos que milhares de brasileiros vivem no exterior, por favor.

É compreensível que o futebol chame tanto a atenção da mídia e usá-lo pelos manifestantes, no melhor sentido da palavra, como o canal mais amplo para atingir os objetivos das manifestações populares é o ideal. As tevês, rádios, jornais e portais de internet ainda seguem como veículos de comunicação fundamentais para a propagação das notícias. O facebook, me desculpem, não atinge com o mesmo poder da dita “imprensa clássica”.

A ‘imprensa’ ainda é e será por muito tempo o quarto poder. E feita também por gente como a gente, que anda de ônibus, paga impostos, toma pileque e por aí vai.

A Fifa é dona do ‘negócio futebol’ mas deve entender que o esporte mais popular do mundo faz parte do nosso dia a dia. Portanto, ele está inserido no nosso contexto cultural e histórico. Como leva milhares de pessoas aos estádios e coloca milhões em frente aos televisores ou com os radinhos de pilha colados aos ouvidos, o futebol é também um canal para reivindicações.

Nós brasileiros devemos entender que o Brasil se candidatou ao posto de sede da Copa do Mundo de 2014. O processo, ao que consta, foi lícito, no entanto, devemos discutir os custos desta festa. As autoridades têm a obrigação de dar explicações sobre os quase 28 bilhões de reais de dinheiro público gastos nas obras dos estádios. Aproveitemos para cobrar também o superfaturamento nas construções de escolas, hospitais, estradas, pontes e aeroportos, para citar alguns. Outros aspectos como alto custo de vida, criminalidade e vandalismo que assustam os brasileiros merecem uma solução imediata.

Voltemos ao futebol. O futebol na Suíça, terra do presidente da Fifa, talvez tenha outro contexto, mas aqui em terras Brasilis a conversa é outra. Blatter precisa entender que o fair play nem sempre é possível aplicar dentro de campo e fora dele, nas arquibancadas e nas ruas, também.

A Copa das Confederações no Brasil já entrou para a história do esporte mundial. Nas próximas décadas, as escolas do mundo todo, contarão que o povo do país do futebol vestiu as chuteiras da pátria, foi às ruas, gritou, levou cartazes e questionou as coisas erradas do Brasil. E vão dizer também que não somos mais tão bobos como antes.

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O temor da Fifa é com a chegada das seleções aos estádios
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Leandro Quesada

Executivos do COL, gente do Governo e funcionários da Fifa já temem que as seleções não cheguem aos estádios nos dias dos jogos da Copa das Confederações.

No dia 30 de junho está marcada a final no Maracanã, no Rio, uma das cidades que recebem protestos populares. O temor é de que os manifestantes fechem as principais vias de acesso ao estádio, impedindo que as delegações cheguem ao local. Mesmo com todo aparato de segurança, batedores da polícia e apoio logístico, seria impossível passar pela manifestação.

Assim, se uma das seleções não conseguir alcançar o estádio, a decisão, obviamente, não seria disputada. Imagine o cenário e depois a repercussão mundial: “A seleção da Espanha não consegue entrar no Maracanã e final é cancelada”.

Hoje já está difícil para torcedores, jornalistas e funcionários da Fifa entrarem nas arenas que recebem os jogos da Copa das Confederações. Só falta agora, os times passarem pela mesma dificuldade.

A estratégia é aumentar o raio de segurança dos estádios. Isso ampliaria as opções de vias para chegar ao local das partidas mas obrigaria também os Governos locais a aumentar o número de policiais e controladores do trânsito.

Amanhã, aqui em Salvador, milhares de pessoas estarão se manifestando perto da nova Fonte Nova. Mais um dia de complicações para andar pela capital baiana.

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Bom de turismo, Taiti não acrescenta nada ao futebol
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Leandro Quesada

Praias lindas, areia branquinha, águas cristalinas, clima agradável e florestas tropicais formam o Taiti, pequena porção de terra na Polinésia francesa, no meio do oceano Pacífico. Um lugar paradisíaco, espetáculo da mãe natureza. Não nos esqueçamos do povo, muito bacana também.

Quando o assunto é futebol, no entanto, que me desculpem os que defendem direitos iguais. Assim como na Copa do Mundo, a Copa das Confederações deveria ter uma repescagem. Seria muito mais importante para o futebol ter a Alemanha ou a Alemanha no torneio.

A Fifa perde a oportunidade de incrementar a competição com o que existe de melhor no esporte mais popular do planeta e fica fazendo média em busca de votos destas Confederações para que acrescentam pouco ao futebol. Certo fez a Austrália, que se mandou para a Ásia, para ganhar competitividade, mesmo tendo mais rivais na tentativa de pegar a vaga na Copa.

O Taiti não tem futebol, desculpe. O negócio dos taitianos é o turismo. E já está bom.

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Parreira vê seleção como ‘vitrine’ para movimentos populares
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Leandro Quesada

Os movimentos populares que ganham as ruas da principais capitais do Brasil, também cercam a seleção brasileira de futebol e a Copa das Confederações.

Como em toda manifestação, a mídia é importante para fortalecer as reclamações e insatisfações contra o status quo. Os veículos de comunicação são imprescindíveis para contar o que está acontecendo.

E não há melhor momento para a divulgação destas manifestações do que este, com a presença da mídia do mundo todo na cobertura do evento esportivo no país.

Antes da abertura do torneio em brasileira, manifestantes protestaram contra os altos gastos na construção do novo estádio Mané Garrincha. Houve confronto com os policiais. Os torcedores tiveram dificuldades para entrar no local. No Rio, antes de Itália e México, também aconteceram protestos. Amanhã, aqui Fortaleza, novos encontros estão marcados para a porta do Castelão, antes de Brasil x México.

“O Brasil passa por momento econômico complicado. Os números estão aí para não deixar mentir. As bolsas caem todos os dias, quem acompanha sabe. Isso é reflexo da economia. Nós estamos ‘ganhando’ mais um grau de rebaixamento, não vamos entrar neste detalhe. As manifestações são válidas mas eles se aproveitam da seleção brasileira pois a visibilidade é maior para pegar carona, sem dúvida“, comentou Parreira, coordenador da seleção brasileira de futebol.