O Santos de todos os Santos
Leandro Quesada
Paixões clubísticas respeitadas mas o Santos de Pelé foi o maior time de futebol de todos os tempos. Jamais surgirá outro igual, tão eficiente e longevo. Nada parecido, nada.
Durante duas décadas ou quase isto, o time alvinegro esteve no auge, liderado pelo melhor jogador de futebol de todos os tempos. Duas décadas no topo, sem cair e titubear. Firme sempre no objetivo de ultrapassar os adversários de qualquer lugar do planeta. Perto da perfeição, do quase imbatível.
Foi soberano nos cenários paulista e brasileiro. Campeão estadual doze vezes de (55 a 73), campeão brasileiro seis vezes, quatro títulos do Rio-São Paulo, uma recopa sulamericana, outra recopa intercontinental. No cenário internacional deixou a marca inesquecível com o bi da Libertadores e bi do Mundo.
Foi por quatro Copas base da seleção brasileira tri campeã do mundo, feito jamais igualado por outra seleção no planeta em um espaço tão curto de tempo.
O Santos encantou platéias de todos os cantos da Terra. Sul-americanos, americanos, europeus, asiáticos e africanos se curvaram ao inigualável espetáculo produzido pela melhor geração de futebolistas que o Brasil já teve. O futebol que ultrapassava a lógica e considerado de outro mundo mesmo, a ponto de Pepe, o canhão da Vila, chamar Pelé de ET, o extra-terrestre.
O Santos ganhou tudo em uma época em que o Brasil tinha outros esquadrões como Botafogo, Palmeiras, Cruzeiro. Boca e Peñarol, forças da América do Sul, não foram páreos para o alvinegro. As potências do velho continente como Milan, Benfica, Real Madrid, Inter também não.
O Santos parou guerra na África, foi saudado por plebeus, reverenciado por reis e rainhas, tratado com honras de estado por vários governos. Tão famoso quanto os Beatles e o Papa.
Na figura de Pelé, o Santos teve o ícone do futebol mais brilhante da história. Pelé foi um santo, uma divindade para o esporte mais popular do mundo. Ele fez mais de mil gols pelo Santos. Levou 60 títulos no total, também contando a seleção brasileira. Além de jogadas espetaculares, dribles fantásticos e lances magistrais que o conduziram aos títulos de Rei do futebol e Atleta do século.
As histórias de Santos e de Pelé se confundem neste período rico do nosso futebol. Um não vivia sem o outro de jeito nenhum. Mesmo com os assédios de Real Madrid e Juventus de Turin, o clube manteve o gênio no elenco. Melhor assim! Pelé ficou, ganhou tudo, consagrou o peixe e se consagrou também.
Com Pelé, Coutinho, Pepe, Mengálvio, Lima, Zito, Dorval, Gilmar, Calvet, Dalmo, Carlos Alberto Torres, Mauro, Dorval, Rildo, Edu, Clodoaldo, Toninho Guerreiro, o Santos escreveu algumas das páginas mais lindas e atraentes do grandioso livro do futebol. Se o tal livro tiver mil folhas, mais da metade seria dedicada para contar os feitos destes “meninos” da Vila.
Parabéns, Santos.