Quem manda no futebol brasileiro é a TV
Leandro Quesada
Não vamos ser hipócritas. O futebol depende da TV. Quem contraria este pensamento?
Os times choram a toda hora por causa dos horários dos jogos, por exemplo. Dez da noite de quartas e quintas ninguém merece. Domingos, 18h30, idem. Em breve, 21 horas aos sábados.
As TVs avisam, antes da assinatura dos contratos com os clubes, que podem marcar as partidas nos horários que interessam para as ''grades'' de programação.
Os presidentes aceitam, assinam e depois, reclamam. Aí está o ponto chave da discussão. Com o dinheiro das TVs, os clubes já encontram várias dificuldades, sem a grana estariam perdidos.
É óbvio que o ideal seria o Santos não jogar já nesta quarta pela Libertadores, com a possibilidade de pegar o São Paulo na semi do Paulistão na seqüência e com tempo curto para definir a logística de viagem para a Bolívia. Mas no futebol nem sempre o ideal é possível.
O Santos é uma das grandes atrações do futebol. O Santos paga pela eficiência como lembrou Muricy Ramalho. É natural que os interesses por Neymar, Ganso e cia. coloquem o time da Vila Famosa na mira da audiência das emissoras de televisão.
O bom senso seria bem aplicado neste caso. Então, voltamos ao velho e surrado tema calendário de futebol brasileiro. Entra ano, sai ano, a discussão prossegue mas não leva a nenhuma mudança concreta para amenizar os efeitos nocivos. São muitas competições que reduzem a preparação, a recuperação e a manutenção dos jogadores.