Com folha de R$ 120 mil, Bahia de Feira quer atropelar São Paulo
Leandro Quesada
O técnico Arnaldo Lira não tem ''papas'' na língua. O homem que dirigiu o Bahia de Feira na campanha do título baiano do ano passado quer mais: ''A pretensão é passar pelo São Paulo. Já fomos campeões baianos contra o Vitória no Barradão. Queremos mais!''
Lira destaca a juventude e a ousadia do time para almejar a classificação mesmo reconhecendo a força do tricolor paulista. ''Bom é meu jogador. Digo isso pra eles sempre. Não vou falar do Luis Fabiano, Lucas e dos outros durante trinta minutos de conversa com meu time. Tenho que valorizar os meus atletas.''
A retórica de Lira se baseia na valorização de um time jovem com folha de pagamento insignificante se comparada aos grandes clubes do Brasil. ''O gasto mensal é de 120 mil reais. Pouco perto dos grandes clubes. Eu, por exemplo, tenho bônus no clube. Eu sou sócio do Bahia de Feira. Tudo que se arrecada, metade fica comigo e com os donos. Uma forma de sustentar meu trabalho.''
O Bahia de Feira é ''um time empresa. Os donos têm faculdades e gostam muito de futebol. Não tem problema financeiro, no dia cinco o salário não atrasa'', conta o técnico.
Conhecido como descobridor de jovens talentos, Lira tem a liberdade para contratar jovens atletas. ''Depois o clube ganha com a venda'', explica.
''Modéstia à parte, ninguém entende de futebol mais do que eu, dizem outros treinadores. Descobri, por exemplo, dois jogadores que estão no São Paulo. O atacante Fernandinho eu lancei no Ferroviário. Fabrício, com quinze anos, eu levei ao União São João de Araras.''