Blog do Quesada

Arquivo : janeiro 2012

Marcos
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Leandro Quesada

Ele foi o maior caráter que eu conheci neste mundo do futebol. 

Marcos nunca ficou no muro para expor ideias, pensamentos e críticas sobre o futebol. Foi verdadeiro o tempo todo, plantou coisas boas e nunca fez mal a ninguém. Assim, colheu respeito, carinho e admiração, mas também inveja e dor de cotovelo.

Quando “fugia” das entrevistas era para não dizer algumas verdades que às vezes não deveriam ser ditas. Nos últimos anos, a escassez de títulos no Palmeiras e as seguidas contusões se transformaram em um fardo para o goleiro. Pouco prazer e muito sofrimento resumiram a etapa final como futebolista. Já estava amadurecendo a decisão de pendurar as luvas.

Marcos conseguiu ser respeitado e amado até pelos torcedores rivais do Palmeiras. Pelas defesas mas, principalmente, pelo jeito sincero e carismático que usou durante toda a carreira. Este “caipira” nunca escondeu as raízes, os gostos pela música sertaneja, o “oito anos” e o cigarro de palha.

Em 2002, ele viveu um dos anos mais intensos da vida de jogador. Da consagração de melhor goleiro da Copa Japão-Coreia do Sul na campanha vitoriosa do penta com a seleção brasileira até a amargura da queda para a segundona do campeonato Brasileiro com o verdão.

Mas não nos esqueçamos de 99, ano da conquista da Libertadores, o último título importantíssimo do Palmeiras. São Marcos operou milagres, fez história e ajudou o time a erguer a taça. Os sucessivos milagres das defesas renderam o apelido de “Santo”.

Sem Marcos, o futebol brasileiro fica com uma lacuna. Dificilmente surgirá alguém parecido dentro e fora de campo. Marcos foi um dos raros jogadores a vestir a mesma camisa de clube, algo incomum nos tempos de hoje. Marcos foi Palmeiras o tempo todo, nos momentos bons e ruins.

O futebol perde sem a presença dele mas a esposa Sônia e a filharada terão Marcos mais tempo em casa.

Obrigado, Marcão!


Futebol feminino sem saída
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Leandro Quesada

A impressão que eu tenho é que o futebol feminino no Brasil é tratado como um vaso em lugar errado na sala, que atrapalha a passagem para outro canto da casa.
Todos passam e esbarram nele, batem a perna, o empurram. Um estorvo. Muito mal visto.

Infelizmente, o projeto de organizar a Liga feminina de futebol ainda está na gaveta. A CBF e os clubes não conseguiram transformar o jogo com as meninas em algo rentável, por falta de boas ações de marketing, aquisição de patrocinadores e maior espaço na mídia.

O Santos, óbvio, está mais centrado no futebol dos homens, nas operações para manter Neymar na Vila e nas disputas dos principais campeonatos. Não apenas o Santos mas os outros grandes times brasileiros. É uma filosofia comum.

O futebol feminino deveria ser terceirizado dentro dos clubes. Assim, seria possível com recursos próprios se desligar do profissional masculino. Não sei, talvez fosse uma saída para bancar as mulheres futebolistas do país. Investimentos públicos seriam importantes também.

O interesse das pessoas pelo futebol das mulheres aumentou nos últimos anos. As moças têm praticado o esporte mais popular do planeta nas escolas e nos campos.

Mas quando falamos em profissionalismo, sem a atenção com o futebol das meninas no Brasil, reforçamos o preconceito de que este esporte é coisa de homem e que as mocinhas devem mesmo é brincar com as bonecas.


O risco de divórcio de Santos e Ganso
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Leandro Quesada

A falta de interesse do Santos na compra de 10% dos direitos econômicos de Ganso aumenta a possibilidade do meiocampista deixar Vila.

É fato: Ganso está insatisfeito no clube e o Santos com ele.

A DIS agora é majoritária nos direitos econômicos do jogador (55 % contra 45% do peixe).

O grupo investidor e o Santos são desafetos públicos. A DIS quer o jogador feliz em outro canto. O Santos, por sua vez, não se importa em perdê-lo, mas para liberar a parte do “passe” que tem de Ganso, vai exigir um bom bocado de dinheiro.

Os interessados já sabem que a multa rescisória é de 50 milhões de euros.


Réveillon em Copa é o maior show da terra
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Leandro Quesada

Nada se compara ao evento que reuniu cerca de 2 milhões de pessoas na faixa de areia da mais famosa praia carioca. E nem mesmo a chuva atrapalhou a virada de 2011 para 2012. A multidão curtiu a festa.

Festa democrática que mistura pessoas de todos os cantos do mundo. A babel carioca tinha gente do Rio, de Sampa, do Sul, de Minas e do Norte-nordeste. Americanos, japoneses e europeus também botaram o pé na areia. Gente do morro e gringos curtiram sem que nenhum tipo de diferença os separasse.

Nenhum registro grave foi divulgado. Pequenas confusões foram rapidamente resolvidas pelos milhares de policiais que estavam no local. Claro, também muita bebedeira marcou a alegria de um ano que já nasceu.

A queima de fogos foi o auge deste encontro gigantesco. Por dezesseis minutos os fogos de artificio iluminaram a noite carioca. Estima-se que foram usados 24 toneladas de fogos. A cor verde predominou no céu, como alusão à Conferência de Desenvolvimento e Meio Ambiente Rio+20, que será feita no Rio em junho, organizada pela ONU.

E para fechar o show, David Gueta, o DJ francês tocou o som dele. A bateria da Beija-flor também agitou a moçada.

No final, o difícil mesmo foi retornar para a Barra. Alguns taxistas se recusavam a fazer o percurso alegando dificuldades para voltar para a região de Copacabana. Os oportunistas fizeram dinheiro fácil, ao cobrar até quatro vezes o valor da “corrida”. O metrô carioca não suportou tanta gente e, assim, filas quilométricas foram formadas. Tudo ficou pequeno para a multidão que esteve no evento da virada.

Mas valeu muito fazer parte do “maior show da terra”.

Próspero 2012 pra todos nós!