A era Belluzzo chega ao fim nesta quarta-feira, dia 19 de janeiro de 2011. De símbolo de reformulação e modernidade quando assumiu o comando do clube, o dirigente passa agora à condição de ¨unanimidade negativa¨. O renomado professor de economia tirou o verdão do eixo.

Economia não foi o ponto alto da administração que deixará ao sucessor a dívida de cerca de 160 milhões de reais no total. No futebol, com as rescisões de contrato de três técnicos – Luxemburgo, Antônio Carlos e e Muricy Ramalho – o clube gastou 22 milhões de reais. Outro golpe é a negociação do chileno Valdívia, com o custo até aqui de 25 milhões de reais (6,5 milhões de euros da carata de crédito com vencimento em setembro e 4 milhões de euros de comissão a intermediários, um deles o pai do atleta).

A decisão de Belluzzo de antecipar as cotas da Adidas, da Fiat, da federação paulista de futebol e da TV Globo, impede a aprovação da previsão orçamentária de 2011. Ele não conseguiu pagar todas as contas e ainda comprometeu as receitas futuras.

No último ano de mandato, além de gastar mais do que podia, Belluzzo não frequentou o Palestra Itália e concedeu diretorias estratégicas a jovens que não são conselheiros, o que contraria o estatuto. A ausência transformou o clube em terra de ninguém.

O conselheiro Mauro Marques, em entrevista à Folha de São Paulo, definiu assim a gestão de Belluzzo: ¨Ele transformou o Palmeiras em um Haiti. Com crise política, sem dinheiro, sem time e sem estádio¨.

A política externa dele também foi um fracasso ao votar nas eleições contra o Clube dos 13, a CBF e a federação paulista de futebol. As relações com a parceira Traffic e a TV Globo se deterioraram nos últimos meses.

O estádio palmeirense foi um capítulo extra. O antigo Palestra Itália está sendo demolido sem a garantia de prazo para se erguer o novo.

A era Belluzzo não vai deixar saudade.