‘Onde a Fifa vai mal, mais uma seleção no Mundial’
Leandro Quesada
Parafraseando a indefectível 'onde a Arena vai mal, um time no Nacional', Michel Platini evoca o conceito 'é dando que se recebe'.
Na década de 80, aqui no Brasil, pós-conquista do Tri no México, o campeonato brasileiro recebeu o 'inchaço' de times de todos os estados do País. A política tirou proveito do futebol e, em nome da democratização do esporte, a CBD (depois CBF) aceitava a entrada de qualquer equipe a pedido de governadores de Estado. A troca de favores ajudava a Arena, o partido do Governo ditatorial.
Em 1979, o Brasileirão teve 94 equipes. Um absurdo.
A ideia de aumentar de 32 para 40 seleções na Copa do mundo nada mais é do que fazer 'média' com africanos e asiáticos, donos de votos suficientes para emplacar uma candidatura ao cargo de presidente da entidade-mor do futebol. Quase metade dos 207 associados à Fifa é representada pelas Confederações da Ásia (46) e África (54).
O ex-craque Platini, hoje presidente da UEFA está de olho na Fifa faz tempo. Com esta promessa, o francês teria um trunfo para alcançar o cargo mais importante de dirigente do esporte mais popular do planeta.
''Concordo com o Blatter que nós precisamos de mais africanos e asiáticos. Mas ao invés de tirar vaga de um europeu, temos que aumentar para quarenta times'', defendeu Platini.
Claro que a qualidade, neste caso, tão defendida pela própria Fifa, pela UEFA e por Platini, não será levada em consideração. O que importa é manter o poder ou tentar conquistá-lo. Custe o que custar, nem que seja pela inclusão de mais seleções na Copa do Mundo, aumentando a quantidade e ferindo o nível técnico do torneio.