Perto da Copa, o Brasil se curva aos vândalos dos estádios
Leandro Quesada
As novas arenas da Copa de 2014 já sofrem com a violência do ''seleto'' grupo de baderneiros, vândalos e criminosos travestidos de torcedores de futebol. Não importa o local, a cidade, o time e o jogo, eles querem é brigar com outros, depredar os patrimônios, desafiar os policiais e as autoridades e mostrar à sociedade que estão acima das leis.
As cenas do confronto envolvendo corinthianos e vascaínos no Mané Garrincha não são nenhuma novidade. Neste campeonato brasileiro, em Brasília mesmo, outras confusões foram registradas. Em outras praças esportivas em Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte, os cenários violentos ultrapassaram os interesses maiores do futebol.
Vasco e Corinthians podem pagar caro pelos atos ilícitos dos torcedores. Assim que denunciados no STJD e, posteriormente, punidos com a perda de mandos de jogos – de um a dez.
A política de tolerância zero é defendida por muitos. ''Esta situação deve ser tratada como uma questão de segurança pública. A lei hoje existe mas não é aplicada'', diz Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo.
''A lei diz que invadir o campo, causar tumulto e brigar no estádio têm uma pena de reclusão de um a dois anos e multa. Mas se a pessoa não tiver antecedentes pode ser proibida de frequentar os estádios no prazo de três meses a três anos. A Lei não está sendo aplicada e a prova são essas pessoas que vão aos estádios e postam fotos nas redes sociais'', questiona o advogado.
''A pena deve ser criminal, com o banimento dos estádios por três anos'', defende Carlezzo.
A tentativa de dissolução das torcidas organizadas do Ministério Público Estadual será inócua mais uma vez. Por anos vimos esta postura e a violência não diminuiu. A questão não é o torcedor organizado ou não-organizado mas o torcedor violento, que deve ser tratado pela lei brasileira, sendo ou não integrante de alguma associação.
Se as autoridades públicas e policiais, governos de todas as esferas, políticos de forma geral e dirigentes de clubes seguirem com a postura de passar a mão na cabeça destes vândalos, de nada vai adiantar qualquer iniciativa de impedir as ações estúpidas dos mesmos.
Enquanto isso, as cenas se repetem:
Briga entre corinthianos e vascaínos
Confronto de torcedores do Flamengo e São Paulo, em Brasília