Hoje não tem ‘Maracanazo’ e nem as ‘Touradas de Madrid’
Leandro Quesada
Esqueçam 1950.
Barbosa não estará aqui no Maracanã e nem Máspoli, Ghiggia e Schiaffino. Friaça, Zizinho e Ademir Menezes, idem. O capitão Obdulio Varela não comandará a Celeste em campo. O soldado Zagallo não espiará a partida. As duzentas mil pessoas do duelo decisivo também não. Este encontro foi uma das mais sentidas derrotas do futebol brasileiro em todos os tempos. Ficou no passado!
Antes do 'Maracanazo', a seleção brasileira goleou a Espanha no quadrangular decisivo também no velho Maraca – ops! novo e recém-construído. A época, a 'Fúria' era uma equipe mediana que não botava medo em ninguém. Aquele cenário não tem nenhuma ligação com o atual. O placar de 6 x 1 construído pelo Brasil de Flávio Costa, dificilmente, será repetido. A canção que embalou aquela goleada, 'Touradas de Madrid', de Braguinha, cantada por todo o estádio é outro símbolo do passado.
Na Copa de 50, o futebol brasileiro aprendeu com o duro golpe, cresceu, ficou adulto e iniciou o aprendizado para oito anos depois iniciar a maior hegemonia de uma seleção na história. De 58 a 70, o Brasil de Pelé conquistou três Copas do mundo e levou para sempre a Jules Rimet. Ah! Jules Rimet. Este sim o maior presidente da Fifa em todos os tempos.
Hoje, não teremos o 'Maracanazo' e as 'Touradas de Madrid' que fazem parte das páginas mais importantes do livro da história do futebol nacional.
A finalíssima desta noite tem Felipão, Del Bosque, Neymar, Iniesta e cia. O futebol brasileiro vive uma fase de reconstrução da equipe e da recuperação da auto-estima perdida nos últimos quatro anos com o seguidos fracassos da seleção. Do outro lado, os espanhóis – melhores do mundo na atualidade – apreensivos com o duelo diante do time mais famoso do planeta.