Blog do Quesada

Política atrapalha a logística da seleção brasileira

Leandro Quesada

A parada em Goiânia, nesta semana e a volta na próxima, é a mais pura demonstração de falta se bom senso.

O ''favor'' político obriga o time brasileiro a passar pela capital de Goiás. Como ficou fora da Copa das Confederações e Copa do Mundo, Goiânia foi presenteada com parte da preparação da seleção antes da estréia contra o Japão, em Brasília. Goiânia não tem culpa. Na realidade ela foi vítima dos bastidores que confirmaram as doze sedes do Mundial de 2014.

O acerto que definiu a visita da equipe de Felipão foi feito ainda no mandato de Ricardo Teixeira, antes mesmo da definição dos amistosos contra Inglaterra e França e antes mesmo da volta de Felipão e Parreira ao selecionado.

Parreira é político e pisa em ovos para abordar o tema: ''Já era compromisso acertado antes, bem antes, pela administração anterior. Não podemos fazer nada. Investiram muito nas obras e nas reformas da Serrinha e do CT do Goiás e posso garantir que estão em ótimas condições''.

Algo que começa errado não terminaria bem. A exclusão de Goiânia da Copa foi um dos maiores erros do Governo e da Fifa. Goiânia tem um futebol vivo, com o Goiás sendo um dos símbolos do Brasil central, ao contrário de Cuiabá e Brasília, sem o mesmo peso esportivo. Atletico e Vila Nova também têm história. As rivais deixaram a capital goiana fora da festa sem usar nenhum artifício do esporte mas todos no campo político.

Um vergonha esta politicagem do ''quem dá mais'' para ganhar a sede de um evento. A tradição futebolística teve relevância zero na escolha de Goiânia para a Copa.

E a seleção, que não nada com o assunto, é prejudicada por viagens desnecessárias. A delegação jogou no Rio, agora está em Goiânia, depois segue para Porto Alegre e volta para Goiânia, antes de estrear em Brasília, na Copa das Confederações.

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Serrinha, um dos locais de treino da seleção