A via crucis do Palmeiras
Leandro Quesada
Quem disse que seria fácil? Quem? Quem imaginava passar pelo Tijuana? Quem? Quem acreditava no duelo com o Atlético Mineiro? Quem sonhava com a semi contra o Corinthians? Quem projetava chegar à final da Libertadores? Quem?Quem vislumbrava a viagem para o Mundial do Marrocos?
Todo palmeirense, fanático ou comedido, insano ou com os pés no chão, desconfiado ou com muita fé, equilibrado ou cardíaco, pensou sim que seria possível o Verdão seguir na principal competição de clubes da Conmebol.
O Palmeiras conseguiu o mais difícil no México. O empate sem gols caiu bem no jogo de ida, no gramado sintético e contra um adversário que adora a correria. Em casa, no Pacaembu, com o apoio de quase 40 mil pessoas, a vitória que era dada como certa – inclusive este era o meu palpite – no entanto, não veio.
O time é limitado, tem jogadores de nível discutível, auto-estima baixa, imagem abalada com o rebaixamento, mas é o Palmeiras. Jamais, pela história, poderia cair diante do inexpressivo Tijuana, clube fundado em 2007, sem a tradição do quase centenário Palmeiras.
Culpar Bruno, Wesley e Kléber é a crítica mais fácil e preguiçosa. O futebol do Palmeiras é vitima e autor, ao mesmo tempo, de um processo administrativo cheio de falhas. Kleina e cia. não são milagreiros. Paulo Nobre e a turma dele não são salvadores da pátria. 'Calma com as dores!'
A hora é de manter a paciência, juntar os cacos outra vez, montar o plano para vencer a Série B e voltar ao convívio dos gigantes como ele. O amor é verde, cantaria Moacir Franco, mas para alcancá-lo, o caminho é cheio de pedras e espinhos.
E quem disse que seria fácil?