Corinthians rebate pressão e diz que a Fifa pode excluir a Arena do Timão da Copa
Leandro Quesada
O lobby da cidade de Brasília, o jogo político, os interesses partidários, o processo eleitoral da CBF, dentre outros, colocam em risco a utilização da Arena do Corinthians, palco da abertura da Copa de 2014.
As declarações do secretário-geral da Fifa, Jerôme Walcke, de que ''até agosto a entidade pode mudar as sedes'' criou um barulho enorme nos bastidores da Copa.
O Corinthians contra-ataca e deixa a Fifa livre para tirar o estádio da abertura e até de todo mundial de 2014. Andrés Sanchez, que neste momento toca o projeto do novo estádio, rebateu: ''Não aceitamos esta pressão. As obras do estádio estão bem avançadas e em dezembro tudo estará pronto. O secretário deu prazo até fevereiro para ficar pronto. Não quero acreditar que interesses políticos estejam por trás deste risco de perder a abertura ou a sede. Mas se a Fifa achar por bem, que fique à vontade para tirar o nosso estádio da Copa''.
No dia 3 de abril, este blog informou que o local da abertura da Copa de 2014 corria o risco de mudar de cidade e estádio. A política feita nos bastidores da capital federal e na sede da Fifa revelava a possível mudança.
O governo do Distrito Federal, deputados locais e Marco Polo Del Nero trabalham em várias frentes. Del Nero usa o poder de presidente da Federação Paulista de futebol, dirigente da CBF e membro do comitê executivo da Fifa para ''mexer os pauzinhos''. A relação próxima com os homens da entidade maior do futebol ameaça a sede paulistana.
Cada um tem um interesse distinto. Juntos, ficam mais fortes. Os políticos ''brasilenses'' fizeram grande esforço para levar a abertura da Copa de 2014 para Brasília mas perderam a disputa travada com a cidade da São Paulo. Mas eles não desistiram e contam com o sucesso da abertura da Copa das Confederações deste ano para convencer o Governo Federal e organizadores de que é possível receber a partida inaugural da Copa.
Já Del Nero segue a saga contra Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e atual responsável pelo novo estádio do Corinthians. Eles são desafetos públicos. Andrés considera que Del Nero foi o mentor da saída dele da CBF. A ideia de minar o poder de Andrés, candidato ao cargo de presidente da CBF em 2014, faz parte da estratégia do presidente da FPF, também candidato. Andrés vai abrir fogo contra aquele que considera inimigo.
Um entrave financeiro contribui para a ameaça da arena do Corinthians perder a abertura e até a sede da Copa de 2014. As garantias dadas pela Odebrecht não tinham sido ainda aceitas pelo Banco do Brasil, responsável por repassar o dinheiro já liberado pelo BNDES.
O Corinthians, a Odebrecht, a prefeitura e o governo estadual de São Paulo já discutiam a forma de encerrar o imbróglio e concluir a obra dentro do prazo. Pessoas ligadas ao clube, construtora e autoridades públicas, no entanto, não acreditam na perda da sede.