Blog do Quesada

Saudades do goleiro Karol Wojtyla

Leandro Quesada

A renúncia de Bento XVI, o Papa alemão Ratzinger, pegou o mundo de surpresa. A desculpa oficial: a saúde do líder do Vaticano não suportava mais as séries de obrigações do cargo.

No fundo, as acusações de envolvimento com o nazismo sempre mancharam e acompanharam a trajetória dentro da igreja católica. Os defensores de Ratzinger diziam que ele não podia fazer nada ao ser chamado na juventude pelo exército alemão de Hitler. O Vaticano sempre fez questão de contrariar as insinuações.

Eu sou um católico não praticante, ou seja, não frequento igrejas mas nem por isso minhas crenças são menores que as dos outros. A posição da igreja católica de proibir os métodos contraceptivos é um absurdo nos dias de hoje. Com tanta gente no planeta e tantas doenças sexualmente transmissíveis como não defender o controle de natalidade e o uso de preservativos?

Além desta posição ultrapassada do comando católico, outra coisa que me incomoda é a ostentação. Quando estive no Vaticano, em 2006, vindo da Copa da Alemanha, terra de Ratzinger, fiquei impressionado com tamanha riqueza. Pensei: ''Pra que tanto ouro aqui e tanta gente morrendo de fome pelo mundo?''

Sou fã mesmo de pessoas que colocaram os pés descalços no chão, como Madre Teresa, Gandhi e Chico Xavier.

Mesmo fazendo história no rico Vaticano, o Papa anterior, João Paulo II era mais carismático e atuante, talvez por ter assumido mais jovem a cadeira de São Pedro. João Paulo nasceu Karol Wojtyla. Quando criança na Polônia adorava jogar futebol e era goleiro. Já como Sumo Pontífice do Vaticano teve papel fundamental para o fim do comunismo na Polônia e em outros países da Europa.

Foi um grande líder da humanidade e deixou saudades, ao contrário, de Ratzinger, o ex-Papa, ainda vivo.

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