Dedicação maior no Rio-2016…
Leandro Quesada
O Brasil ganhou 17 medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres. O maior número até hoje em uma edição olímpica. Congratulações aos vitoriosos e observações aos que ficaram no meio do caminho.
Para aqueles que não admitiram atuações ruins, sobraram desculpas: o vento, a lua, o sol, o fog londrino, a ferradura do cavalo, a vara, a raquete, o gramado, o tatame, o cansaço…
Mas os passeios por Londres e adjacências foram bem curtidos pela cúpula do COB, convidados e políticos. E também por atletas brasileiros. Afinal, como diria Pierre, o importante é participar e a medalha é um ''detalhe''.
Trocas de ''pins'', fotos com Phelps e Bryant, tuiadas, cantadas na goleira americana, baladas mesmo depois de fracassos e mais fotos para o Facebook.
Pena que o maior investimento em patrocínio feito (cerca de 2 bilhões de reais das estatais) na preparação dos atletas brasileiros, na história dos Jogos Olímpicos, não tenha se traduzido em conquistas de mais medalhas.
Mas dinheiro não é tudo se o planejamento e a preparação não forem adequados. Não se constrói o atleta da noite para o dia apenas com um
patrocinador forte no aspecto financeiro. É preciso mais. É necessário mudar a cultura esportiva nacional.
Nos próximos quatro anos, os atletas e respectivas federações deveriam levar mais a sério os esportes que representam. Além disto, devem cobrar do comitê olímpico brasileiro melhores recursos na preparação dos esportistas. A base será fundamental com a parceria escola-esporte. É impressionante a resistência no nosso país em unir educação e esporte, como acontece nos EUA, Rússia, China e nos países da Europa.
Eu, sinceramente, vou torcer no Rio para que não tenha vento, que a Iziane não seja cortada, para que os nadadores não fiquem cansados com tantas provas e que os mexicanos não cruzem o nosso caminho no futebol. Vou torcer para que todos se dediquem mais. Dedicação que faltou para alguns durante o grandioso evento em Londres.