Se chinesa fosse americana ninguém desconfiaria do resultado
Leandro Quesada
Os norte-americanos não suportam perder. Em jogos olímpicos, então, nem se fala. Os altos investimentos no esporte não permitem tropeços. E perder para a potência chinesa provoca uma pressão enorme na equipe de natação. Em Pequim, a China bateu o EUA, não nos esqueçamos!
A reação americana ao sucesso da chinesinha Ye Shiwen, de 16 anos, foi acusá-la de doping para alcançar as vitórias nos 400m medley e 200m medley.
Golpe baixo de quem não sabe perder.
Os EUA já se envolveram em casos de doping. Um dos monstros do atletismo, Carl Lewis, teve o nome flagrado na seletiva meses antes das Olimpíadas de Seul, em 88. Mesmo assim, Lewis disputou os 100 metros rasos e ficou com a medalha de ouro já que o vencedor Ben Johnson foi pego no doping.
A velocista Florence Griffith-Joyner se retirou das competições internacionais quando os exames antidoping ficaram mais intensos. Os tempos de Florence não foram superados até hoje, mesmo com todos os avanços na preparação dos atletas. Florence morreu jovem, aos 38 anos, vítima de asfixia.
Outros atletas americanos foram flagrados na história olímpica. Em 2000, em Sidney, Marion Jones confessou o uso de anabolizante tempos depois, devolvendo as medalhas. Antes, em Barcelona 92, Bonnie Dasse (lançamento de martelo) e Jud Logan (salto com barreiras) foram pegos.
Seul-88 teve o famoso caso de doping de Ben Johnson e outros nove. Los Angeles-84 terminou com 12 dopings. Barcelona-92 (5 casos), Atlanta-96 (2), Sidney-2000 (10), Atenas-2004 (25) e Pequim-2008 (21 casos).