O heróico Corinthians na Bombonera
Leandro Quesada
Não foi a atuação técnica dos sonhos, bem distante daquela na Vila contra o Santos de Neymar, parâmetro para as comparações.
Suor, empenho e aplicação compensaram os passes errados, as falhas de marcação e a pontaria tímida no duelo com o Boca Jrs.
O Corinthians não ''encaixou'' o jogo como definiu Alessandro. Os passes errados superaram o limite aceitável. Chutões para as arquibancadas, passes de dez metros não concluídos e finalizações que não fizeram cócegas no rival marcaram a participação corinthiana em Buenos Aires.
Certamente a atmosfera criada na Bombobera, com o estádio lotado por uma torcida vibrante, contribuiu para a queda de rendimento da equipe de Tite. A pressão foi forte. O Corinthians acusou o golpe.
Quem não sentiu o clima adverso foi Romarinho. Depois dos dois golaços no clássico com o Palmeiras, o atacante voltou a estufar as redes, desta vez para empatar o jogo com o Boca. Um gol de categoria, com leve toque por cima do goleiro Orion. Romarinho parecia estar na sala de casa vendo TV, voltando da cozinha com uma cerveja, tamanha a tranqüilidade com que entrou para defender o Timão, no segundo tempo.
O Boca foi ao ataque desde o início mas já na metade da primeira etapa viu que o adversário tinha uma tática definida, poderosa e consistente. A torcida boquense percebeu as dificuldades e diminuiu os cantos de incentivo.
A explosão argentina veio com o gol de Roncaglia. O anti-clímax dos donos da casa com Romarinho. A torcida do Boca deixou a Bombonera preocupada com a partida de volta na capital paulista.
O grande passo do Corinthians para a conquista da Libertadores, pela primeira vez, foi dado aqui em Buenos Aires. O próximo e mais importante pode vir na quarta que vem no Pacaembu.