Futebol feminino sem saída
Leandro Quesada
A impressão que eu tenho é que o futebol feminino no Brasil é tratado como um vaso em lugar errado na sala, que atrapalha a passagem para outro canto da casa.
Todos passam e esbarram nele, batem a perna, o empurram. Um estorvo. Muito mal visto.
Infelizmente, o projeto de organizar a Liga feminina de futebol ainda está na gaveta. A CBF e os clubes não conseguiram transformar o jogo com as meninas em algo rentável, por falta de boas ações de marketing, aquisição de patrocinadores e maior espaço na mídia.
O Santos, óbvio, está mais centrado no futebol dos homens, nas operações para manter Neymar na Vila e nas disputas dos principais campeonatos. Não apenas o Santos mas os outros grandes times brasileiros. É uma filosofia comum.
O futebol feminino deveria ser terceirizado dentro dos clubes. Assim, seria possível com recursos próprios se desligar do profissional masculino. Não sei, talvez fosse uma saída para bancar as mulheres futebolistas do país. Investimentos públicos seriam importantes também.
O interesse das pessoas pelo futebol das mulheres aumentou nos últimos anos. As moças têm praticado o esporte mais popular do planeta nas escolas e nos campos.
Mas quando falamos em profissionalismo, sem a atenção com o futebol das meninas no Brasil, reforçamos o preconceito de que este esporte é coisa de homem e que as mocinhas devem mesmo é brincar com as bonecas.