Rebelião no Vasco é o pontapé inicial para greve geral
Leandro Quesada
As manchetes na imprensa se repetem: O Flamengo atrasa os salários dos jogadores; Atletas do Cruzeiro ficam indignados com falta de pagamento; Rebelião no Vasco é por causa de atraso salarial.
Os clubes do futebol brasileiro ainda não conseguem cumprir com o básico do básico: pagar em dia os salários futebolistas.
Realidade antiga que se repete por décadas e décadas. Os times gastam mais do que podem, ficam em débito, pagam caro depois com os processos trabalhistas e perdem a credibilidade no mercado.
A decisão dos jogadores do Vasco de se recusarem a participar da concentração contra o Bangu é um caso inédito no futebol brasileiro.
“A Lei Pelé não aborda nada sobre a falta na concentração por causa do atraso de salário. É um caso inédito, creio”, explica o especialista em direito desportivo, dr. Eduardo Carlezzo.
Carlezzo critica os altos salários praticados nos clubes: “O problema é gigante. A saída seria a criação do clube-empresa, com as responsabilidades e as penalizações aos clubes”.
Na Argentina, Itália e Espanha já ocorreram greves ou ameaças de greves dos jogadores. Aqui no Brasil, a conscientização política dos atletas é muito pobre. Mas talvez a rebelião no Vasco seja o primeiro passo firme rumo ao movimento de greve geral.