Blog do Quesada

Arquivo : fevereiro 2011

Paz verde versus fúria fiel
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Leandro Quesada

Os eternos rivais levam a campo hoje situações opostas. Paz e fúria se confundem logo mais na capital paulista, em um tradicional e charmoso palco.

Líder do Paulistão, com presidente novo, às vésperas da estreia na Copa do Brasil, o Palmeiras encara no velho Pacaembu o coirmão Corinthians em crise, eliminado da Libertadores, com o presidente e alguns ídolos ameaçados.

Os mais antigos vão lembrar que aquele que está pior no momento pode, justamente no duelo, espantar a má fase. Desta vez não creio na reviravolta, no caso, do alvinegro.

Ferido, o timão está sem rumo, desprovido de forças físicas e mentais para reverter o difícil quadro.

Não que o verdão esteja em grande fase, mas aos poucos ganha uma cara de time, com Felipão finalmente respondendo ao alto investimento feito pelo palestra para trazê-lo de volta. A luz verde é vista no fim do túnel mesmo com todos os obstáculos financeiros.

Já o Timão está com a faca no pescoço, pressionado até de forma exagerada por parte da torcida, sem lenço e sem documento, nada nos bolsos e nas mãos. Mas entre nós, do jeito que sempre foi nestes 100 anos de sofrimento.

Palmeiras e Corinthians, quem ganha? Façam as apostas…


O ¨velho¨ Rivaldo
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Leandro Quesada

No melhor sentido do termo, o ¨velho¨ Rivaldo apresentou boa parte do repertório que o consagrou. Eu fico contente com a chance de acompanhar outra vez a bela carreira construída em duas décadas.

Ele driblou, finalizou, fez toques de letra e deu assistências para os atacantes, assumindo o posto de criador das jogadas no meio campo do tricolor.

A impressão deixada foi muito boa na estreia do veterano de 38 anos.

Pena o tempo passar para todos, inclusive para o pentacampeão. Quem não o viu em grande fase, poderá apreciar a qualidade técnica de Rivaldo nesta temporada, talvez a última da profissão.

Rivaldo é um craque à moda antiga, difícil de achar nos dias de hoje, de nível internacional, talentoso e com muita personalidade. O único ponto falho na carreira foi o marketing pessoal. Se tivesse usado o mesmo modelo adotado por David Beckham, Rivaldo teria um reconhecimento maior do público e da mídia. Em campo Rivaldo jogou muito mais que o inglês.


Corinthians: o sonho virou pesadelo
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Leandro Quesada

O sonho da conquista da Libertadores acabou melancolicamente na Colômbia. Restou o pesadelo de uma noite de sono pesado com dor na consciência, na poltrona de um avião, após a eliminação precoce no torneio sul-americano.

Contra um adversário sem tradição, o Corinthians teve um desempenho pífio em que nada lembrou aquele do ano passado, quando o time, mesmo oscilando, brigou pela taça do Brasileirão até a última jornada.

Tite não deu padrão de jogo. Em campo vimos uma equipe desconectada, sem toque de bola, criatividade, poder de finalização e com falhas graves no sistema defensivo.

Culpar o técnico não é a linha correta da crítica. Os atletas ficaram distantes de atuações no mínimo medianas. Ronaldo, Dentinho, Jorge Henrique, Jucilei, Bruno César e Chicão têm capacidade para apresentar algo mais consistente nos quesitos técnicos, de experiência e de atitude.

No início desta temporada, a preparação física, por falta de tempo ideal, não produziu o fôlego necessário. O Tolima correu mais que o Corinthians nos dois jogos. É fato.

Por sinal, a eliminação começou em São Paulo, no Pacaembu. O empate sem gols foi o prenúncio da tragédia que viria em Ibagué.

O presidente Andrés Sanchez também tem responsabilidade na queda corinthiana. Apesar de todas as tentativas de contratações para o ataque, a defesa e o meio campo, os reforços não vieram. Óbvio que fizeram uma falta clara nos duelos com os colombianos. Tite não conseguiu encontrar os substitutos para William e Elias, pois não há no elenco.

A eliminação é um duro golpe para o projeto maior de ganhar a Libertadores e encerrar de vez o complexo vira-lata que acompanha o timão na competição. Os prejuízos financeiros serão enormes sem as bilheterias dos jogos da Libertadores. A mídia não terá o mesmo impacto. Os investimentos na formação de uma equipe mais competitiva serão reduzidos até o início do Brasileirão em maio.

É a hora de fazer mudanças na equipe, no grupo de jogadores e na filosofia de comando do futebol dentro e fora de campo.


Os temores corinthianos na Colômbia
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Leandro Quesada

Roberto Carlos fora, Bruno César afastado, gramado ruim e falta de segurança no estádio aumentam a pressão sobre o Corinthians, aqui em Ibagué, na Colômbia.

Todos os fatores contribuem diretamente para reforçar o risco de eliminação do timão na pré-Libertadores da América. Uma tragédia na minha visão se acontecer. O Corinthians tem mais time, tradição e camisa, mas o futebol prega peças…

Pentacampeão fora Roberto Carlos acusou dores na coxa e foi sacado da equipe pelo técnico Tite. Fábio Santos entra na lateral esquerda.

Sem o armador Por questões técnicas, o meia Bruno César perde o lugar no setor. Nenhum jogador tem as mesmas características. Paulinho entra na vaga.

Gramado péssimo As condições do campo são precárias no estádio Manuel Toro. Tecnicamente a partida deve ter prejuízos.

Segurança no estádio O chefe da segurança do Corinthians, coronel Dutra cobrou as autoridades por causa do entulho da reformas do local: ¨Paus e pedras podem ser usados pelos torcedores¨. O prefeito de Ibagué, Jesús Maria Botero, garante ¨segurança total aos jogadores, torcedores e jornalistas¨.

Adversário O Tolima perdeu apenas um jogo em 42 disputados em 2010 em Ibagué. É um oponente difícil de ser batido em casa.

Provocador Medina disse que o Tolima vai ¨atropelar¨ o Corinthians. Os torcedores colombianos prometem empurrar a equipe e transformar o estádio em um caldeirão. Cerca de 20 mil pessoas são esperadas no Manuel Toro

Futuro de Tite O técnico afirma conhecer muito bem a pressão de ganhar a Libertadores. A permanência de Tite pode estar condicionada ao sucesso da equipe com a classificação para a fase de grupos.

Eliminação O pior cenário assombra o Corinthians. Ser eliminado agora representaria um golpe violento na sequência do trabalho na temporada. Sem a Libertadores o clube terá menos bilheteria, mídia e investimentos.

O time Júlio César, Alessandro, Chicão, Castán e Fabio Santos; Ralf, Paulinho e Jucilei; Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. A provável escalação do timão.