Blog do Quesada

Hooligans assombram final da Champions League

Leandro Quesada

Por Arthur Quezada

Sábado, dia 19 de março, os olhares do mundo inteiro se voltarão para o estádio Allianz Arena, em Munique. A cidade alemã será palco da final da UEFA Champions League 2011/12 – principal competição de clubes da Europa. Chelsea e Bayern de Munique medirão forças, em apenas uma partida, para definir o melhor time do velho continente. 

Dentro das quatro linhas um espetáculo imperdível para quem tem o mínimo de apreço por futebol. Fora do campo de jogo, o “hooliganismo”, um problema crônico da Europa chama atenção de todos e preocupa as autoridades. O termo começou a ser associado ao esporte na década de 1960 no Reino Unido, mas, rapidadamente, espalhou-se pelo continente europeu. Os Hooligans são uma espécie de gangues que ao longo dos últimos 50 anos promovem brigas e confrontos usando o futebol como desculpa para tais atos. 

A final da UEFA Champions League deste ano coloca frente a frente um time alemão e outro inglês. Assim como referência de bom futebol, os dois países são considerados polos de incidentes com Hooligans. 

Em 1985, por exemplo, o Estádio de Heysel, na Bélgica, foi cenário de uma das maiores tragédias do futebol mundial. Liverpool, da Inglaterra, e Juventus, da Itália – dois timaços, diga-se de passagem –  tinham tudo para fazer uma final de Champions League inesquecível. No campo, vitória italiana, 1×0, gol do lendário meio-campista francês Michel Platini. Mas os eventos que sucederam a partida tornaram aquela final inesquecível em outro sentido. Um ataque brutal de Hooligans ingleses contra a torcida da Juventus ocasionou 38 mortes e dezenas de pessoas feridas. Como punição, os clubes ingleses ficaram cinco anos afastados da competição – o Liverpool foi punido por seis anos. 

O incidente foi a gota d’água para as autoridades inglesas tomarem medidas enérgicas contra o vandalismo nos estádios e desde então uma espécie de “Caça aos Hooligans” foi iniciada. Mudanças radicais na legislação britânica, com punições extremamente severas, controlaram os incidentes envolvendo os vândalos ingleses. 

Entretanto, os Hooligans estão longe de serem extintos. Em 2006, na Copa do Mundo da Alemanha, confrontos entre vândalos alemães e ingleses foram registrados durante a competição. Nos últimos anos, os atos de “hooliganismo” cresceram no leste europeu, estendendo a preocupação para a disputa da Eurocopa 2012, que será realizada na Polônia e Ucrânia. 

De fato, os Hooligans ainda assombram as competições européias. Esperamos que no próximo sábado, o único confronto seja dentro de campo, com um jogo para ser lembrado pelo bom futebol de duas grandes equipes, como deve ser.

*Arthur Quezada é jornalista e está na Europa acompanhando a final da Champions League.