Blog do Quesada

O fim da era Andrés Sanchez

Leandro Quesada

Ele foi o mais eficiente presidente da história do Corinthians em 101 anos de vida do clube. Em quatro anos de gestão, a entidade deu o salto de qualidade como nunca acontecera.

Se tivesse trazido ''apenas'' Ronaldo como fez em 2009 já teria escrito o nome dele nas grandes realizações do Timão. Com Andrés no comando, o time voltou à elite do Brasileirão, conquistou os títulos do Paulistão, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Faltou a Libertadores, no entanto, o objeto de desejo da Fiel.

Faltou também aproveitar melhor os jogadores das categorias de base, algo que será compensado com o novo centro de treinamentos para a garotada.

Fora de campo, as maiores conquistas.

O patrocínio de 60 milhões de reais para a camisa do time foi um marco na relação de um clube com a publicidade. Muito por conta da sociedade entre Corinthians e Ronaldo, que atraiu a mídia como jamais se viu.

A construção do centro de treinamentos e hotel no Parque Ecológico deu ao time uma estrutura de trabalho de primeiro mundo. O médico Joaquim Grava foi o ''engenheiro'' do projeto.

E a maior tacada de todas: a obra para erguer o estádio em Itaquera, a nova casa do Timão, palco da abertura da Copa do mundo de 2014. Um golpe de mestre!

O contrato de direitos de transmissão de TV dará ao clube 120 milhões de reais na primeira temporada. Andres ajudou a implodir desta forma o Clube dos 13 ao negociar, diretamente, com as emissoras.

Na pele de presidente do Corinthians, ele ganhou amigos e arranjou muitos desafetos. Dos desafetos, o colega Juvenal Juvêncio é o principal. Das novas amizades, a mais forte é com Ronaldo.

A proximidade com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, as negociações com a Globo, a relação com outros ''cartolas'', concederam a Andrés o ''status'' de poderoso dirigente. Durante a Copa da África do Sul, o chefe da delegação brasileira, ficou mais perto do poder. Mais perto de Blatter e da FIFA. Ele soube aproveitar o ''network''.

No Corinthians, Andrés soube delegar poderes, talvez aí o seu maior mérito no quesito relacionamento. No futebol, com o apoio de Gobbi, Roberto Andrade, Duilio Monteiro e Edu Gaspar. Nas finanças, Raul Corrêa. No Marketing, com Rozemberg e Caio. Na parte jurídica, Santoro e Alvarenga.

Uma nova era começa hoje no Corinthians, com a definição do sucessor. Andrés não estará mais no cotidiano corinthiano. O novo presidente encontrará, certamente, um clube mais preparado para os desafios que virão.