Blog do Quesada

Arquivo : dezembro 2010

O dia mais triste do futebol
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Leandro Quesada

A morte de Enzo Bearzot me faz recordar da maior tristeza que tive com o futebol. Tristeza para nós brasileiros. A derrota para a Itália na conhecida tragédia de Sarriá, na Espanha, no dia 5 de julho de 1982.

Com onze anos, eu ainda não tinha visto o Brasil ser campeão do mundo, fato que se consumaria apenas, em 94, nos EUA.

A escalação da seleção de Telê Santana todos sabiam ao pé da letra. Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder. Bons tempos. Época em que se colecionava figurinhas que vinham naquele chiclete de goma. O romantismo ainda imperava no futebol mas perderia o charme na minha visão a partir daquela derrota. O Futebol-arte era golpeado pela squadra azzurra.

Embalado pelos ¨milhões em ação, pra frente Brasil¨, via na equipe do mestre Telê, a melhor da história. Anos depois, fiz novamente a leitura do duelo histórico entre italianos e brasileiros. Com a frieza do analista de futebol que sou, sem emoções baratas, ufanismos ou coisa do tipo, cheguei a conclusão que a Itália venceu o Brasil com méritos. Uma vitória justa contra o, até então, melhor time do planeta.

Um timaço… O goleiro era Dino Zoff. A defesa contava com Gentile, marcador de Zico, Colovati, Cabrini e Scirea: do meio pra frente Oriali, Tardelli, Antognoni; Conti, Graziani e Paolo Rossi. Rossi foi estupendo nos momentos decisivos. Marcou três gols contra o Brasil, mais dois na Polônia na semi e outro gol na final com a Alemanha. Artilheiro da Copa da Espanha pela campeã do mundo.

Descanse em paz, Enzo.

PS.: Enzo Bearzot foi o técnico da seleção da Itália nas Copas de 78, 82 e 86. Também dirigiu a squadra azzurra na edições da Eurocopa de 80 e 84. Como zagueiro, Bearzot atuou pela Inter, Catania e Torino.


Juan é do SP. Boa Juvenal!
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Leandro Quesada

Bela tacada do SPFC.

A contratação de Juan corrige uma defasagem que o tricolor tinha na ala esquerda. Richarlyson e Jorge Wagner desempenharam o papel em muitos momentos. Sem eles, o reforço vindo do Flamengo será agora o responsável por este espaço.

O São Paulo necessita de um lateral esquerdo de origem.

Pelo Morumbi passaram grandes jogadores no setor: Noronha, Alfredo, Marinho Chagas,  Nelsinho, Leonardo, Serginho e André Luis.

Juan é jogador de seleção brasileira e no SPFC terá todas as condições de voltar ao time de Mano.


A globalizada Inter perde a identidade italiana
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Leandro Quesada

Eis uma equipe internacional de fato, que faz jus ao nome que carrega. O futebol globalizado criou a situação curiosa e pitoresca do time titular da Inter não contar com nenhum jogador nascido na Itália. Não no titular que enfrentou o todo poderoso Mazembe na final do Mundial da Fifa.

Nem sei se deveríamos dizer que a Inter de Milão é o representante da Itália. Sei lá! Faltou um atleta italiano, não?

Nenhum italiano na equipe. Em vez disto uma torre de Babel com quatro brasileiros (Júlio César, Maicon, Lúcio e Thiago Motta), três argentinos (Zanetti, Cambiasso e Milito), o colombiano Córdoba, o romeno Chivu, o macedônio Pandev e o camaronês Eto´o. Em tempo: o técnico também não é da Itália; o espanhol Rafa Benitez é o comandante.

O poder econômico transformou a Inter em um esquadrão mundial, com astros de várias nacionalidades. Poder que ignora e atrofia o surgimento de talentos nascidos em território italiano. Não vejo com bons olhos, sinceramente, a perda da identidade com tantos estrangeiros.

A vitória da Internazionale é incontestável, o que eu discuto é como reconhecer o verdadeiro valor do futebol de um país, no caso o da Itália, se nenhum italiano participou da conquista em Abu Dhabi.


O Paulistão com Alex, Ronaldinho e Adriano
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Leandro Quesada

Imaginem torcedores como seria (ou será ) o campeonato paulista com todas as figuras citadas.

Uma vez que Palmeiras, São Paulo e Corinthians fechem os acordos para contar com as estrelas, o futebol ganhará em qualidade e interesse.

No clássico Corinthians e Palmeiras, será apontado o duelo entre Ronaldo vs Ronaldinho. Eles já estiveram juntos na seleção brasileira e aumentarão a sadia rivalidade que move o esporte mais praticado no mundo.

Belas manchetes, matérias interessantes e jogos atrativos. A mídia esportiva e os torcedores se agitarão. O mágico Alex, de volta ao Brasil, agora para defender o tricolor do Morumbi e Adriano, o imperador, novo atacante do timão. O talentoso Zé Roberto outra vez na Vila Belmiro, talvez.

Ainda de quebra, os já garantidos Roberto Carlos, Rogério Ceni, Marcos, Kléber, Valdivia, Bruno César, Neymar, PH Ganso, Elano…

Rivaldo, jogador e presidente do Mogi Mirim, também conta, claro.

Sonhos ou realidades, os craques poderão realizar os desejos dos fanáticos torcedores. Com os craques, o nível técnico das partidas aumenta consideravelmente, novas gerações de torcedores são criadas, parcerias milionárias podem ser consumadas pelos clubes e o interesse mundial pela Copa que será realizada no Brasil também sofre um impacto positivo.

Que venham os astros! Nós aplaudimos.


Neto: ¨hoje, ninguém lembrou do título de 90¨
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Leandro Quesada

Vinte anos depois do primeiro título do campeonato brasileiro, o craque Neto, dono da camisa 10 e líder daquela equipe cobra reconhecimento, critica o esquecimento da conquista e indica em que o Corinthians melhorou de lá pra cá. O papo com o capitão do Corinthians em 1990 aconteceu hoje pela manhã na capital paulista, exclusivo para o UOL Esportes, onde eu sou blogueiro e onde Neto também já esteve.

Vinte anos, heim! Neto… ¨O time ficou 23 anos na fila, sem título (Paulistão de 77). Depois de 80 anos ganhou um título nacional. Custava fazer um almoço, dar uma réplica do troféu aos campeões? Ninguém do marketing do clube me ligou. Não recebi nenhuma ligação. Pô! São vinte anos¨.

Mas eu estou lembrando… ¨O clube deveria ter lembrado, o clube. Uma carta, um telegrama. Um obrigado, pelo título, assinado: Andrés Sanchez. O Andrés estava dentro do ônibus e em todos os jogos com a gente ¨.

O Andrés esqueceu?  ¨O Andrés foi o primeiro presidente a reconhecer os ídolos do passado. Muita gente foi barrada no portão de entrada. Hoje tem carteirinha para os ex-jogadores. Não é tarefa do Andrés e sim do departamento de marketing homenagear os campeões. Mais pelos meus companheiros do que por mim. Hoje eu trabalho na Tv, rádio e jornal. Mas e o reconhecimento para Tupãzinho, Marcelo, Fabinho e Guinei?¨.

Em que o Corinthians mudou nestas duas décadas?  ¨A organização melhorou no Corinthians, em termos financeiros e de estrutura para os jogadores. Na minha época nem sempre chuveiro com água quente nós tínhamos. A gente treinava em Arujá e em Itaquera com campos péssimos. A concentração era em hotel três estrelas (não, duas estrelas, a outra era eu, risos…). O material esportivo hoje é melhor¨.

O CT depois de cem anos, também…  ¨Sim, sim. O centro de treinamentos é a grande vantagem de hoje para ser campeão. Por isso o São Paulo ganhou tudo no últimos anos. O pensamento administrativo à época, com todo respeito a Vicente Matheus, era montar um time para não cair¨.

Hoje tem mais grana para investir, não, Neto…  ¨A Kalunga (patrocinadora da camisa corinthiana) pagava 200 mil/ano (moeda brasileira passou em 90 de cruzado novo para cruzeiro). Hoje são 60 milhões de reais garantidos para o ano que vem. Assim é mais fácil administrar o futebol¨.

Valeu, Neto.

 PS:. O Corinthians bateu o São Paulo, por 1 a 0, na decisão do Brasileirão de 1990, no Morumbi. O gol foi marcado por Tupãzinho. O timão conquistava assim o primeiro título do campeonato brasileiro, oitenta anos depois da fundação do clube.

 


Adriano e Ronaldinho nas manchetes do calcio
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Leandro Quesada

Dois consagrados jogadores de nível internacional vivem encostados nos clubes que defendem na Itália.

Adriano está sem moral com o técnico Claudio Ranieri mesmo tendo sido contratado para ser o grande artilheiro na Roma. A situação do imperador o deixa insatisfeito a ponto de forçar a saída do time da capital italiana.

Mesma situação é vivenciada por Ronaldinho Gaúcho no Milan. Mesmo protegido pelo todo-poderoso Silvio Berlusconi, o meia atacante não emplaca uma série de boas atuações pela equipe de Milão.

A página de internet da Gazzetta, um dos principais jornais esportivos da Europa destaca as possibilidades de Adriano e Ronaldinho Gaucho retornarem ao Brasil.

Veja e leia o link da reportagem da GAZZETTA italiana: http://www.gazzetta.it/Calcio/Calciomercato/Estero/15-12-2010/annuncio-corinthians-712153167068.shtml


São Paulo deseja craque-mídia
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Leandro Quesada

A aquisição do tradicional camisa 10, pensador da equipe e cérebro do meio campo aliado ao potencial como craque-propaganda é a meta são-paulina.

Sem o criador de jogadas, o tricolor virou um time comum. A bola não chega ao ataque, logo os atacantes não marcam os gols necessários. Desde a saída de Hernanes, não houve a reposição no setor.

Em parceria com o BMG, o clube do Morumbi mira alguns nomes: Alex do Fenerbahce e até Ronaldinho Gaúcho foram comentados e, certamente, outros que Juvenal Juvêncio tão bem guarda quanto a garrafa de 12 anos na sala dele no Morumbi.

Mas não é apenas dentro de campo que o craque deve fazer a diferença. Fora dele terá o papel da captar mídia e dinheiro com publicidade.

O diretor de Marketing Júlio Casares avisa, no entanto, que o SPFC ¨não fará nenhuma loucura para não ferir a politica financeira do clube. Se uma empresa bancar… O BMG é um parceiro importante e vislumbramos esse tipo de investimento¨.

Um dos maiores especialistas na área, Casares projeta os ganhos com a possível contratação de nomes como Ronaldinho ou Alex: ¨O efeito positivo de mídia, os novos torcedores, a venda de camisas e as bilheterias causam grande impacto. Um impacto nos primeiros seis meses. A partir daí, o que vale é o resultado dentro de campo. O retorno com as vitórias e as conquistas. Tem de corresponder dentro e fora de campo. Não pode vender camisa apenas¨, avaliou.

O BMG, que paga 25 milhões de reais ao São Paulo por um ano de contrato, é o principal caminho para o clube contratar reforços de peso e montar um time competitivo na próxima temporada.

O craque-mídia joga muito, marca gols, ajuda a equipe a ganhar títulos, valoriza a marca dele e do time, recebe quantias milionárias e faz o clube aumentar as receitas.


Vexame colorado
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Leandro Quesada

No meio do caminho havia uma pedra chamada Mazembe. O sonho do bi foi interrompido pelo surpreendente time da República Democrática do Congo, ex-Zaire. O resultado é um dos mais expressivos da história do futebol congolês, que ocupa a posição numero 129 no atual ranking de seleções da Fifa. Os títulos da Copa Africana de seleções em 68 e 74 eram até hoje as principais façanhas.

A eliminação do Internacional ganha contornos vexatórios, por ser também a primeira vez que uma equipe sul-americana fica fora da final do mundial de clubes organizado pela Fifa. Uma mancha que não será esquecida jamais pelos colorados e pelos rivais, principalmente os gremistas.

O Inter apostou tudo nesta competição e por isso o Brasileirão foi levado com má vontade em nome da prioridade do mundial. Deu tudo errado. Fracasso total. Vergonha histórica.

Franco atirador, O Mazembe já tinha derrubado o Pachuca do México e agora pretende fazer estragos na Inter de Milão ou no Seongnam da Coreia do Sul na decisão.

Em tempo: São Jorge é o santo padroeiro do Mazembe por influência dos monges beneditinos que fundaram a equipe de futebol em 1932.


Mãe quer Adriano de volta ao Rio
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Leandro Quesada

Dobrar a dona Rosilda não será fácil…

Os projetos de Corinthians e Palmeiras para repatriar Adriano sofrem a concorrência da mãe do atacante que tenta convencer o filho a jogar no Rio de Janeiro. O amigo Ronaldo quer vê-lo no Timão e o técnico Felipão faz um força para Adriano jogar no Palestra Itália. No momento, Ronaldo está mais forte na disputa para trazer o colega de seleção brasileira ao pq. São Jorge.

O empresário do imperador, Gilmar Rinaldi conversará com Rosilda assim que Adriano desembarcar na cidade maravilhosa, nesta semana.

Com o atacante no Rio, Rosilda acredita que poderá controlar os passos do filho no convívio com a família e evitar as más companhias. Antes de deixar o Flamengo, Adriano foi investigado por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.

O processo de rescisão do contrato com a Roma está sendo discutido, embora a presidente do clube italiano Rosella Sensi garanta que não cederá o jogador.


Palmeiras: a valiosa manga por Ronaldinho
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Leandro Quesada

O plano ousado do Palmeiras passa pelas mangas da camisa do time. O espaço na malha palestrina vale ouro. O dinheiro levantado com a inserção do patrocínio pagará os salários de Ronaldinho Gaúcho.

Os homens de marketing do clube montaram a estratégia para contratar o melhor jogador do mundo por duas temporadas.

É certo que Ronaldinho vai abrir mão de dinheiro para retornar ao país. Ele ganha cerca de 15 milhões de reais por ano no Milan. No Palestra, a quantia cairá para 10 milhões, um valor impressionante mesmo em se tratando de um craque internacional. O ex-jogador Assis, irmão e empresário de Ronaldinho exige mais dinheiro. O Milan de Beslusconi já ameaçou diminuir os salários do meio campista.

Em torno da contratação de Ronaldinho paira um dilema: em dificuldade financeira, o Palmeiras paga o que deve aos jogadores ou faz uma contratação milionária aumentando os custos?

Ousadia às vezes vem seguida de loucura. No caso de Ronaldinho vale a pena o Palmeiras ser arrojado, sair do marasmo de fim de ano e anunciar para 2011, Ronaldinho Gaúcho, craque, o novo camisa 10 do verdão.